Presidido pelo deputado federal Luciano Bivar, de Pernambuco, o União Brasil, que surgiu da fusão entre o DEM e o PSL, tenta atrair parlamentares interessados em utilizar a janela partidária para se filiar à legenda com um argumento sedutor: o de que a sigla não terá candidato próprio a presidente da República. É o que informa uma reportagem do UOL, acrescentando que, nas conversas de bastidores, o União Brasil tenta atrair quem não quer se comprometer de antemão com pré-candidatos que ainda não decolaram nas pesquisas de intenção de voto. Ou seja, fisgar quem quer ficar livre em seus Estados para apoiar o nome mais conveniente em termos eleitorais, como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na Paraíba, os principais caciques do União Brasil são o deputado federal Efraim Filho, pré-candidato ao Senado, e o deputado federal Julian Lemos, pré-candidato à reeleição, que não possuem nenhuma afinidade com a candidatura do ex-presidente Lula. Efraim, inclusive, sofre pressão para se compor com Lula como condição para ser candidato da base do governador João Azevêdo (PSB), mas não sinaliza intenção de dar esse passo. Lemos, apesar de ter rompido com o presidente Jair Bolsonaro, tem apoiado matérias do governo na Câmara Federal e nunca admitiu aproximação com os petistas. Além da liberdade no páreo ao Planalto, o União Brasil tenta conquistar adesões com outro atrativo: o fundo eleitoral do partido.
São mais de R$ 770 milhões, a maior fatia da verba de R$ 4,9 bilhões reservados no Orçamento, que não seria usada numa extensiva campanha presidencial, sobrando mais recursos para as demais candidaturas. Em público, pré-candidatos e dirigentes mantêm o discurso de que o União Brasil pode integrar uma frente de centro contra Lula e Bolsonaro. Os obstáculos, no entanto, são cada vez maiores para esse entendimento. Em privado, caciques do novo partido têm, por exemplo, medo de se integrar a uma campanha que tenha o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) como presidenciável. A interlocutores, eles dizem que o partido pode “importar” a alta rejeição do tucano, o que não seria nada bom em sua campanha eleitoral de estreia. A fusão entre o Democratas e o Partido Social Liberal foi oficializada em fevereiro.