A Assembleia Legislativa da Paraíba realizou, ontem, uma Sessão Especial para debater programas e políticas no âmbito das soluções urbanas para a Primeira Infância. A iniciativa fez parte da programação especial para o Mês das Infâncias do Instituto de Arquitetos do Brasil. O objetivo do encontro, segundo a autora da sessão, a deputada Estela Bezerra, é simbolizar a união das diversas datas que celebram e reafirmam os direitos das crianças.
– A nossa iniciativa de promover a sessão se deu após diálogo com representantes do IAB-PB, que nos pautou pela necessidade de trazer esta abordagem para a Casa onde se constroem as legislações. Contamos com pessoas experientes que vivem no cotidiano os cuidados com as crianças que enfrentam a violação dos direitos, situação de vulnerabilidade, entre outras coisas, que sequer têm o direito de brincar – ressaltou a parlamentar.
A arquiteta Maria Elisa Batista, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil, começou sua fala destacando a coincidência em debater as soluções de uma cidade para a Infância no Dia Mundial da Água. E refletiu: “A agua e as crianças são as duas coisas mais importantes. Elas são a vida e são, também, a possibilidade de continuidade da vida. Ao mesmo tempo, ambas, a água e a infância, exigem de nós compreensão e cuidado. O cuidado que nos reassegurar o significado desse nosso ofício da leitura e do urbanismo, que exige de nós um olhar múltiplo, um olhar ao redor, um olhar para dentro, um olhar também estrangeiro e, principalmente, um olhar para o outro, sempre”.
O vereador de João Pessoa, Marcos Henrique, parabenizou o interesse da Assembleia Legislativa em trazer ideias, propostas e metodologias sobre práticas urbanísticas para a primeira infância. “O assunto interessa, na verdade, a todas as pessoas, não apenas aos especialistas, mas ele encontra possibilidade de realização nesses trabalhos técnicos fundados nas práticas colaborativas para um mundo melhor para as crianças”, disse. No caso da Paraíba, destacou Alda Pontes, presidente do departamento estadual do IAB, a situação não difere do restante do país. Segundo ela, ao empurrar um carrinho de bebê nas ruas de João Pessoa e Campina Grande é possível constatar, na prática, essa realidade. “Alguém já tentou imaginar como é que estão os nossos espaços públicos a partir de 95 cm de altura, que é a altura média de uma criança de três anos de idade? Como essa criança enxerga as cidades? Então, é nessa hora que a gente pensa numa criança e o que ela precisa em volta dela. A gente consegue pensar na pessoa comum, na pessoa com deficiência, e todos os tipos de pessoas. Aí, a gente consegue fazer um traço de inclusão para todo mundo nas cidades”, finalizou.
Os representantes da IAB destacaram que o debate sobre a primeira infância está ocorrendo em dez Estados do país, mas apenas na Paraíba ocorre uma participação efetiva do Poder Legislativo. IAB é uma entidade de livre associação de arquitetos e urbanistas brasileiros, que se dedica a temas de interesse do arquiteto, da cultura arquitetônica e de suas relações com a sociedade. É a mais antiga das entidades brasileiras dedicadas à arquitetura, ao urbanismo e ao exercício da profissão, fundada no Rio de Janeiro em 26 de janeiro de 1921.