O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que se filiou na manhã de hoje, em Brasília, ao PSB, deverá começar a viajar pelo país no próximo mês, juntamente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem será vice na chapa ao Palácio do Planalto. Com a entrada na legenda, Alckmin deu mais um passo em direção à formação da chapa com Lula – as negociações para que o ex-tucano seja o vice de Lula nas eleições de outubro vêm se desenrolando nos últimos meses. Em entrevista na semana passada, Lula disse que ele e Alckmin estão em “um processo de conversação”. O governador da Paraíba, João Azevêdo, prestigiou o acontecimento. Ele retornou recentemente às fileiras do PSB, depois de um ano de permanência no Cidadania, e tem declarado seu apoio à pré-candidatura de Lula ao Planalto.
O ato de filiação em Brasília reuniu políticos e parlamentares mas não contou com a presença do ex-presidente Lula, representado pela presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Fontes da cúpula petista revelaram que Lula não tinha nenhum interesse em ofuscar o brilhantismo do evento com Alckmin e também queria evitar polêmica dentro do próprio PT onde há resistências ao nome do ex-tucano para vice na chapa presidencial. Apesar da resistência dos setores do PT ao nome de Alckmin, as negociações estão avançadas e, segundo a colunista do G1 e da Globonews, Natureza Nery, a previsão é de que a chapa Lula-Alckmin seja anunciada em meados de abril.
O ingresso de Geraldo Alckmin no PSB se dá a dez dias do prazo limite para que candidatos que queiram disputar a eleição deste ano estejam filiados a um partido político. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, comandou o evento, que agregou, também, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, o governador do Maranhão, Flávio Dino, e parlamentares. O prefeito do Recife João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, também compareceu. Um dos fundadores do PSDB, Alckmin deixou o partido no final de dezembro do ano passado após mais de 33 anos de trajetória na legenda. Na ocasião, afirmou que era um “tempo de mudança” e “hora de traçar um novo caminho”. Formado em medicina, ingressou na política há 50 anos, já tendo ocupado diversas funções. Também disputou a presidência da República duas vezes. Em 2006, perdeu no segundo turno para o ex-presidente Lula e, em 2018, ficou na quarta colocação, atrás de Jair Bolsonaro, Fernando Haddad e Ciro Gomes.