Termina neste sábado (2) o prazo para que ministros, governadores, prefeitos e secretários de governo que desejam disputar novos cargos nas eleições de 2022 deixem as atuais funções. Pela legislação, eles precisam se afastar das funções a seis meses da eleição, como forma de evitar abuso do poder econômico ou político ou na disputa. Entretanto, políticos que ocupam cadeiras no Legislativo, como deputados federais e estaduais, não precisam abrir mão do mandato para concorrer a um novo posto.
Entre os governadores, quatro renunciaram, dois deles dentro de um mesmo partido e tentando o mesmo objetivo: a presidência da República. Foram os casos dos governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Além deles, saíram Flávio Dino, do PSB-MA, candidato a senador, e Wellington Dias, do PT-PI, candidato também ao Senado. Espera-se para hoje a renúncia dos governadores Camilo Santana, do PT-CE, pré-candidato ao Senado, e Renan Filho (MDB-AL), pré-candidato ao Senado. Além da chamada desincompatibilização, o calendário eleitoral também estabelece que todos os eventuais candidatos devem estar filiados ao partido político pelo qual pretendem concorrer até este sábado.
No governo federal, até quinta-feira dez ministros tinham deixado os postos, começando por Walter Braga Neto (Defesa), cotado para candidato a vice-presidente pelo PL na chapa de Jair Bolsonaro à reeleição. Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, filiada ao Republicanos, ainda não anunciou qual o mandato disputará. Flávia Arruda, secretária de Governo, é pré-candidata ao Senado pelo PL no Distrito Federal, Gilson Machado, do Turismo, pré-candidato a senador pelo PL em Pernambuco, João Roma, da Cidadania, pré-candidato a governador da Bahia pelo PL, Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), pré-candidato a deputado federal pelo PL em São Paulo, Onyx Lorenzoni, Trabalho e Previdência, pré-candidato a governador do Rio Grande do Sul pelo PL, Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, pré-candidato a senador pelo PL no Rio Grande do Norte, Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, pré-candidato a governador de São Paulo pelo PL e Tereza Cristina, da Agricultura, pré-candidata a senadora pelo PP no Mato Grosso do Sul.
Dos ministros que deixaram os cargos, somente um foi mantido no governo. Cotado para compor a chapa do presidente Jair Bolsonaro à reeleição como candidato a vice-presidente, o general Walter Braga Netto foi nomeado assessor especial do gabinete pessoal de Bolsonaro. Nesse cargo, Braga Netto não precisará cumprir o prazo de afastamento a seis meses da eleição. Segundo a legislação eleitoral, ele deverá deixar a função a três meses das eleições, até dois de julho.