Um levantamento feito pelo site “Congresso em Foco” aponta que com a aproximação das eleições de 2022 ao menos 14 dos 81 senadores devem se dedicar às campanhas para os governos dos seus respectivos Estados em outubro. Entre eles, figura o senador paraibano Veneziano Vital do Rêgo, que preside o diretório regional do MDB e que resolveu se lançar depois de romper com o esquema político do governador João Azevêdo (PSB), candidato à reeleição, e se reaproximar do ex-governador Ricardo Coutinho, atualmente filiado ao PT e que planeja concorrer ao Senado, restando vencer problemas de inelegibilidade. Veneziano tem massificado a ideia de que ele é o principal candidato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Paraíba, mas até agora não houve manifestação oficial do líder petista a respeito.
O Senado Federal conta com dois terços dos parlamentares ainda no meio do mandato. Desta forma, eles podem se licenciar de seus cargos e, caso não ganhem a eleição, podem retornar ao Parlamento. Enquanto isso, 27 senadores estão no final do mandato, incluindo a ex-suplente Nilda Gondim, MDB/PB, mãe de Veneziano, que ascendeu à titularidade com a morte do senador José Maranhão mas que não será candidata à reeleição. A corrida eleitoral deste ano terá cinco cargos em disputa: presidente da República, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Pelo menos dois deputados federais lançaram-se a cargos majoritários na Paraíba: Pedro Cunha Lima (PSDB) ao governo do Estado, e Efraim Filho, do União Brasil, ao Senado.
A Justiça Eleitoral determina que o período para os partidos realizarem convenções e decidirem seus candidatos vai de 20 de julho a 5 de agosto. O pedido de registro da candidatura deve ser feito até 15 de agosto. Entre a lista dos parlamentares que concorrerão a governos estaduais estão alguns dos senadores que ganharam projeção na CPI da Covid, entre eles Alessandro Vieira (PSDB-SE), Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Braga (MDB-AM), Fabiano Contarato (PT-ES), Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Rogério Carvalho (PT-SE). A maioria foi titular no colegiado que apurava as ações do governo federal na trativa da pandemia de covid-19. Uma outra parlamentar que se destacou, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) tenta emplacar candidatura à presidência da República pelo PMDB.
Alessandro Vieira tentou se viabilizar como candidato a presidente pelo Cidadania, mas não encontrou apoio. Ele acabou deixando o partido em março e se filiou ao PSDB. Outros cotados, ainda, a governos estaduais: Carlos Viana (PL), jornalista, eleito pelo PHS em 2018 e exercendo seu primeiro mandato no Senado. É pré-candidato ao governo de Minas Gerais; Esperidião Amin (PP), atualmente senador, que jpá foi prefeito, governador e deputado federal por Santa Catarina. O parlamentar cumpre o último mandato no Senado e disputa o governo do Estado. Eduardo Braga (MDB), que está no segundo mandato como senador, já foi governador do Amazonas e ministro de Minas e Energia no governo de Dilma Rousseff. Tenta voltar ao Executivo amazonense. Fabiano Contarato (PT), recém-filiado ao PT, concorrerá pela primeira vez ao governo do Espírito Santo. É ex-delegado de Polícia Civil e professor universitário. Atraiu os holofotes após fazer um discurso marcante contra a homofobia durante uma sessão da CPI da Pandemia.
Flávio Arns, do Podemos, entrou na política em 1991 como deputado federal pelo PSDB e foi reeleito três vezes seguidas. Em 2010, foi vice-governador do Paraná na chapa de Beto Richa e é pré-candidato ao governo daquele Estado. Izalci Lucas, do PSDB-Distrito Federal, é pré-candidato ao governo de Brasília. Iniciou na política em 2002 quando foi eleito deputado federal do partido. Jorginho Mello, aliado do presidente Jair Bolsonaro, concorrerá ao governo de Santa Catarina depois de ter sido deputado estadual por quatro mandatos e federal por dois. Leila Barros, recém-filiada ao PDT, a senadora foi secretária de Esportes e Lazer do DF nos anos de 2015 a 2018. É pré-candidata em Brasília. Luiz Carlos Heinze, do PL, disputa o governo do Rio Grande do Sul, Marcos Rogério, também senador do PL, concorre ao governo de Rondônia, Rogério de Carvalho (PT) disputa o governo de Sergipe, Styvenson Valentim, do Podemos, concorre ao governo do Rio Grande do Norte e Zequinha Marinho, do PL, é pré-candidato ao governo do Pará.