No transcurso, hoje, do Dia do Trabalhador, o deputado estadual Jutay Meneses (Republicanos) defendeu uma adaptação do mercado de trabalho e, também, o fim do preconceito com quem tem mais idade, chamado de etarismo. Ele afirmou que o idoso leva a sua experiência para desempenhar funções e isso é uma grande vantagem para empresas. Citou estatísticas que apontam que 24% da força de trabalho têm mais de 60 anos, e uma a cada duas pessoas tem preconceito contra pessoas mais velhas.
– Nos últimos anos, a participação de idosos no mercado de trabalho vem aumentando, mas de maneira ainda tímida, e um dos entraves é o etarismo, preconceito com a idade – salientou Jutay, aludindo a relatório da Organização Mundial da Saúde. Acrescentou: “Precisamos adaptar o mercado de trabalho de forma que acompanhe as necessidades de uma mão de obra cada vez mais idosa, afinal, as rotinas de trabalho de um profissional jovem não são as mesmas do que aquelas enfrentadas pelos trabalhadores mais velhos. Embora as expectativas de envelhecimento populacional sejam muito claras no Brasil, o mercado de trabalho nacional ainda conta com muitos entraves que dificultam a contratação. Temos que mudar essa realidade e garantir que as empresas estejam abertas para a contratação de mais idosos”, destacou Jutay.
Segundo ele, dados do IBGE revelam que em 2060 cerca de 25% da população do país terá mais de 65 anos de idade, o que é um fato extremamente importante “quando pensamos no futuro do trabalho”. A participação dessa parcela, nota ele, saltou de 5,9% para 7,2% em seis anos. De acordo com o deputado, há quem pense que a digitalização das ferramentas de trabalho prejudica a participação dos idosos no mercado, porém, entre as principais dificuldades pelos 60+ estão os preconceitos. “Eles se mostram em estereótipos como acreditar que os maduros não são pessoas tecnológicas, que não aprendem ou aprendem mais devagar”.
– O fato, também, é que muitas empresas não estão dispostas a investir nos mais velhos. As demandas por profissionais qualificados são crescentes e, dependendo do setor, boa parte desta capacitação depende diretamente do domínio de sistemas e tecnologias com as quais muitos idosos não estão familiarizados. O tempo que precisa ser investido para o treinamento de profissionais mais velhos muitas vezes não é algo que as empresas estão dispostas a fazer esse investimento – observou. Concluiu explicando que o preconceito do etarismo, no geral, se refere a uma forma de discriminar o outro tomando como base estereótipos associados à idade, mas afeta principalmente quem já é mais velho.