O governador João Azevêdo (PSB) qualificou como “equívoco extraordinário” a decisão do prefeito de Santa Rita, na Grande João Pessoa, Emerson Panta (PP), de rescindir o contrato do município com a Cagepa – Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba e privatizar o sistema mediante contratação de uma empresa que atua no Nordeste. O governador manifestou-se sobre o assunto na cidade de Sousa, no Sertão, onde participou de audiência pública do Orçamento Democrático Estadual.
– É um equívoco extraordinário até porque existe uma legislação em que o Supremo Tribunal Federal entende que em regiões metropolitanas esse trabalho não pode ser feito isoladamente. Existem outros interesses por parte da prefeitura, que não está se preocupando com os moradores até porque parte do sistema é atendido por água que nem de Santa Rita procede. Não poderia ser tomada, portanto, uma decisão desse tipo – salientou. O chefe do Executivo anunciou que providências estavam sendo tomadas no sentido de recorrer à Justiça, “que é o foro correto para dirimir esse tipo de disputa” e externou sua convicção de que “logo logo as coisas se colocarão em seu devido lugar”.
Desde quinta-feira, a empresa Águas do Nordeste começou a operar no abastecimento de água e nos serviços de esgoto de Santa Rita, depois de vencer uma licitação realizada pela prefeitura municipal, que alegou que a Cagepa não vinha correspondendo no atendimento à população. O prefeito Emerson Panta alegou que há dez anos faltam investimentos da empresa estatal em Santa Rita e estimou a baixa cobertura de esgotamento sanitário em 4%. A decisão provocou controvérsias nos meios políticos paraibanos, com críticas à atitude do prefeito e, também, com críticas à atuação do governo do Estado no segmento de abastecimento d’agua e esgotamento sanitário em várias regiões.