O ex-governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, anunciou nesta segunda-feira, 23, a desistência da pré-candidatura à Presidência da República. A decisão foi tomada diante da resistência interna ao seu nome no próprio partido a que é filiado. “Coloquei meu nome à disposição do partido, mas serenamente entndo que não sou a escolha da cúpula do PSDB. Aceito essa realidade com a cabeça erguida”, afirmou João Doria, que disse se retirar da disputa com “o coração ferido, mas com a alma leve”.
Antes, Doria esteve reunido com a cúpula tucana na manhã de hoje para debater o futuro da legenda na sucessão presidencial. Participaram do encontro o presidente do partido, Bruno Araújo, e os líderes das bancadas na Câmara, Adolfo Viana, e no Senado, Izalci Lucas. Em novembro, o tucano foi escolhido como pré-candidato pelo Partido Social Democrata Brasileiro. Na ocasião ele derrotou, em prévias internas, o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. O ex-governador de São Paulo obteve 53,99% dos votos, enquanto Leite alcançou 44,66% e Virgílio 1,35%.
Desde então, como relata o site “Congresso em Foco”, João Doria tentava se manter como candidato, apesar de opiniões contrárias dentro do partido. Em 15 de maio, o tucano chegou a encaminhar uma carta ao presidente nacional da sigla, Bruno Araújo, pedindo por respeito às prévias. Agora, o PSDB segue junto do MDB e do Cidadania para um acordo de uma candidatura única da chamada terceira via em torno do nome da senadora Simone Tebet (MS), que elogiou Doria, dizendo que se sentiria honrada se viesse a contar com o seu apoio.
Doria ressaltou: “Hoje é um dia de respostas, mas também de perguntas. As pessoas sempre me perguntam porque deixei uma vida de conforto à frente das minhas empresas bem sucedidas, para entrar na política”. Narrou, então, a sua trajetória política que, segundo disse, foi sendo construída naturalmente pelas suas ligações, até familiares, com a atividade. Em 18 de maio as cúpulas do PSDB, Cidadania e MDB escolheram o nome da senadora Simone Tebet (MDB) para fazer frente à chamada terceira via. Os dirigentes partidários estiveram reunidos para avaliar o desempenho dos nomes viáveis para uma disputa presidencial contra o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a senadora Simone Tebet ou o ex-governador João Doria. Uma pesquisa qualitativa-quantitativa foi o embasamento pela escolha da senadora. O tucano aparece à frente da pré-candidata do MDB mas as pesquisas qualitativas apontariam que Simone apresentava perspectivas de um crescimento por se apresentar como uma novidade no pleito, enquanto Doria, por ser mais conhecido, teria maior rejeição.