O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou em seu perfil no Twitter e no site oficial de sua campanha eleitoral as ameaças de morte sofridas pelo repórter Lucas Neiva, do “Congresso em Foco”, após produzir matéria denunciando a produção de “fake news” em favor do presidente Jair Bolsonaro no fórum anônimo 1500chan. Segundo o candidato do PT, “fake news são um risco para a democracia”. Lula, depois de reproduzir a notícia sobre elaboração de estratégias de divulgação de desinformação no 1500tchan e as ameaças direcionadas a Neiva e sua família, acrescentou: “O esquema de fake news sustentado e alimentado por Bolsonaro e seus seguidores não é perigoso apenas pela desinformação que gera, mas também porque coloca em risco a vida de quem ousa denunciá-lo”.
Lula também manifestou preocupação com o “clima beligerante estimulado pelo bolsonarismo”, apontando as ameaças como uma consequência desse clima. O ex-presidente ressaltou o impacto das fake news no processo eleitoral. “Essa tática foi usada pelo então candidato Bolsonaro e sua base para vencer as eleições de 2018 e existe a preocupação real de que interfira no resultado das eleições de 2022”. Outra candidata à Presidência que também se manifestou sobre o episódio foi a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que concorre pela coalizão do MDB com o Cidadania. “O jornalismo brasileiro sofre forte repressão nos últimos tempos e ameaças como essas são inaceitáveis. Os jornalistas são fundamentais para a democracia e na luta por um Brasil melhor”, declarou em seu Instagram.
Por outro lado, o PT e o candidato Luiz Inácio Lula da Silva divulgaram a primeira minuta do programa de governo petista para uma eventual vitória eleitoral do ex-presidente da República, e algumas propostas já provocam polêmica. A minuta prevê a revogação das duas principais reformas realizadas na gestão de Michel Temer: o teto de gastos e a reforma trabalhista. De acordo com o PT, a revogação do teto de gastos é necessária para “recolocar os pobres e os trabalhadores no orçamento”. Para isso, também defende a implementação de um novo regime fiscal, alegando que o atual é “desfuncional e perdeu totalmente sua credibilidade”. A solução proposta pelo partido é uma “reforma tributária justa, solidária e sustentável, que simplifique tributos e distribua renda”, voltada para fomentar e facilitar o “planejamento e a articulação entre os investimentos públicos e privados” em um modelo que proporcione a “criação de uma estrutura tributária mais simples e progressiva”.