O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, ainda filiado ao PSD, admitiu abalo na sua relação com o vice-prefeito Lucas Ribeiro (PP) se este aceitar a indicação para candidato a vice-governador na chapa do governador João Azevêdo (PSB) à reeleição. A indicação de Lucas foi anunciada pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, do Progressistas, e bem recebida pelo próprio governador João Azevêdo. Lucas é filho da senadora Daniella Ribeiro, irmã do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) e presidente estadual do PSD.
– Não é possível aceitar que o aliado administrativo seja adversário político – reagiu Bruno Cunha Lima, explicando que faz oposição declarada ao governador João Azevêdo que, a seu ver, discrimina Campina Grande e a sua administração. O prefeito campinense acrescentou que soube da articulação em torno do nome de Lucas na chapa de Azevêdo pela imprensa e que não foi comunicado pessoalmente por ele a respeito. “É lógico que essa situação cria um impasse”, completou, falando à rádio Correio Sat e lembrando que seu compromisso é com a candidatura do deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) ao governo do Estado.
Ao ser indagado sobre a sua permanência no PSD, que tende a apoiar Azevêdo se Lucas for confirmado na chapa, Bruno Cunha Lima falou em dificuldade. Pontuou que sua vinculação com o PSD era estreita com a direção estadual ao tempo em que o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, dirigia a legenda. Com a saída dele e a ascensão da senadora Daniella Ribeiro, confessou que a ligação que possui hoje é somente com a direção nacional, presidida por Gilberto Kassab. Bruno Cunha Lima revelou que não decidiu, ainda, sua desfiliação da legenda porque não tem pressa, já que não é candidato a mandato eletivo nas eleições vindouras. Ele foi eleito em primeiro turno em 2020 na coligação com o PP tendo Lucas Ribeiro como companheiro de chapa.