Nonato Guedes
Na entrevista que concedeu, ontem, à rádio CBN João Pessoa, abrindo rodada de sabatina com pré-candidatos ao governo da Paraíba, o governador João Azevêdo (PSB) passou ao largo de especulações sobre nomes para a chapa que encabeçará nas eleições de outubro e definiu o processo atual como de “construção”, mediante diálogo com líderes políticos de diferentes partidos. Ele não quis confirmar a prioridade do PP na ocupação da vaga de vice-governador em seu esquema, nem comentar a reivindicação do Republicanos por idêntico lugar. Por outro lado, advertiu que não está preocupado em exercer protagonismo no processo mas, sim, em dividir decisões com seus aliados para o projeto de continuidade da “gestão de resultados” que, a seu ver, está empalmando no quarto ano de mandato.
O chefe do Executivo disse acreditar que esteja inovando, não só na prática administrativa, mas também na sua atuação política, aludindo ao perfil que traçou para si de ouvir, democraticamente, as opiniões e postulações dos que fazem parte do seu esquema de sustentação, como condição essencial para a formação de consensos que resultem em dividendos eleitorais. Não fixou prazos nem mencionou preferências mas se disse confiante no êxito das articulações que estão sendo processadas. O gestor demonstrou, na conversa com jornalistas, que já tem mais ou menos delineado o tom do discurso com que pedirá votos para a reeleição, baseado nos resultados importantes que, a seu ver, foram alcançados, mesmo em meio à crise de saúde ocasionada pela calamidade da covid-19. “O Estado não parou”, apesar das limitações, de acordo com João Azevêdo, e isto faz com que o desempenho administrativo da Paraíba seja reconhecido nacionalmente.
Para o governador, a pandemia dificultou mas não impediu a concretização de investimentos nos mais diversos setores de atividade, começando pelos essenciais. No segmento da Saúde, a guerra contra a Covid foi um capítulo à parte, com a preparação da rede pública para atender a emergências em hospitais e unidades, bem como a agilidade na aquisição de vacinas e na própria aceleração da vacinação, de tal forma que o Estado ostenta índices estáveis em relação à disseminação da doença. Falou, então, dos investimentos que foram carreados nas áreas de Educação, Segurança Pública, Segurança Alimentar e na construção de quase mil obras de infraestrutura, distribuídas espacialmente por regiões do território paraibano. “É preciso ressaltar que, em paralelo à solução dos obstáculos, nós priorizamos as ações concretas de governo”, frisou João Azevêdo.
De acordo com ele, a situação de equilíbrio financeiro do Estado, que foi mantida pelo seu governo até agora, possibilitou, em muito, suprir lacunas ou carências de outras esferas de poder e produzir benefícios reivindicados por segmentos da população paraibana. O seu governo, conforme acentuou, não deixou de cumprir, em nenhum momento, as contrapartidas que lhe eram devidas, e fez intervenções pontuais em áreas estratégicas quando falharam o governo federal e outros canais de decisão institucional. O chefe do Executivo enfatizou que a continuidade das ações, com aprimoramento, será a marca da nova gestão que pretende empalmar se lhe for renovado o voto de confiança por parte da população no confronto de outubro. Não deixou de saudar a retomada da normalidade em muitos “nichos” produtivos da sociedade, graças à atenuação dos efeitos da pandemia de Covid, e concordou que deve ser permanente o esforço dos governantes para oferecer alternativas ao desemprego que grassa nacionalmente.
Na entrevista comandada pelos jornalistas Laerte Cerqueira, Angélica Nunes e João Paulo, o governador João Azevêdo assegurou que o projeto de reeleição não é um projeto pessoal, muito menos fruto da sua ambição em permanecer por mais um período à frente do Executivo paraibano, mas, sim, um projeto de caráter coletivo que é corolário da ideia de transformar a realidade estadual e proporcionar melhores condições de vida aos seus habitantes. “Não descuidamos dos carentes, dos que mais precisam da ação do governo como instrumento de promoção do bem-estar, e com certeza não iremos descurar desse objetivo”, garantiu o governador socialista. Foi uma prestação de contas objetiva, ainda que sucinta, mas que atestou que Azevêdo está preparado não somente para a campanha propriamente dita como para o desafio de seguir administrando o Estado da Paraíba, se vier a receber o voto de confiança da maioria dos eleitores.