Nonato Guedes
Uma reportagem da “Folha de S. Paulo”, que teve ampla repercussão nos meios políticos paraibanos, dá conta de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderá ceder a apelos do seu principal aliado, o PSB, e assumir, na Paraíba, o apoio à pré-candidatura do governador João Azevêdo à reeleição. Até agora, Lula tem sinalizado apoio à pré-candidatura do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e ao ex-governador Ricardo Coutinho (PT) para o Senado, mas tem conhecimento de dificuldades, como a inelegibilidade deste último, decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Ricardo tenta reverter sua posição no Supremo Tribunal Federal mediante obtenção de liminar, mas é duvidosa a definição a respeito.
De acordo com a “Folha”, o palanque do ex-presidente Lula na Paraíba é o principal impasse a ser superado na campanha do petista nos Estados do Nordeste. A matéria cita que até o momento a Paraíba é o único Estado do Nordeste que não foi visitado por Lula desde que ele retomou seus direitos políticos. Não obstante, o governador João Azevêdo se encontrou com ele em algumas ocasiões, como numa reunião do Fórum de Governadores em Natal (Rio Grande do Norte) e na cerimônia de filiação do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao PSB, como condição para ser o vice de Lula. A manifestação de apoio de Azevêdo a Lula data da fase em que ele ainda estava filiado ao Cidadania e foi reforçada com seu retorno ao PSB. O governador e o ex Ricardo Coutinho se desentenderam após a investidura de João no Palácio da Redenção no começo de 2019. Na época, Ricardo estava no PSB, tendo migrado de volta ao PT.
Ele está atualmente inelegível por causa de decisão do TSE tomada em novembro de 2020 por abuso de poder político e econômico na eleição de 2014. A “Folha” diz que a defesa do ex-governador aposta em um recurso ao STF para reverter a inelegibilidade e que a relatora do caso é a ministra Cármen Lúcia. Acrescenta que o governador João Azevêdo, “que também apoia Lula”, não descarta incluir a Paraíba no rol de acordos nacionais que poderá sair em troca de uma retirada da pré-candidatura de Márcio França (PSB) ao governo de São Paulo. A “Folha” lembra que que em novembro de 2019 Ricardo Coutinho foi alvo da Operação Calvário, da Polícia Federal, que investiga supostos desvios de recursos na Saúde e na Educação e chegou a ser preso preventivamente, mas solto em pouco tempo. Adianta que o ex-governador tem reiterado que é inocente.