Em conversa, ontem, em Brasília, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), a pedido da bancada de senadores do PT, o pré-candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva disse que fará uma lista de candidatos a deputados e senadores de vários partidos, que serão eleitos para “consertar o país”. No primeiro encontro pessoal com o presidente do Senado, eleito também com o apoio de senadores da base do governo Jair Bolsonaro (PL), Lula, sem mencionar nomes, afirmou que o brasileiro, nas próximas eleições, precisa resgatar a dignidade da política.
A bancada de senadores do PT organizou o encontro com o intuito de discutir “apoio institucional à democracia” com o presidente do Congresso. Ao citar os ataques feitos contra os nomes do PT pelos bolsonaristas, Lula lembrou que toda vez que a política é atacada, o resultado nas urnas é o pior possível. Segundo versões que vazaram para a imprensa, o ex-presidente enfatizou que “não se governa esse país sem responsabilidade com a classe política”. E emendou: “Vamos fazer uma lista de deputados e senadores que a gente gostaria de eleger. Então, se o eleitor quiser consertar o país, terá de votar nessa gente”.
Por outro lado, parlamentares e dirigentes partidários da oposição apresentaram ao ministro Alexandre de Moraes, futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral, uma representação contra o presidente Jair Bolsonaro por discursos de ódio durante a campanha eleitoral. A ação pede à Corte que obrigue Bolsonaro a parar com declarações de incitação à violência sob pena de multa de R$ 1 milhão. A representação também pede que o presidente seja obrigado a condenar o assassinato de Marcelo Arruda, morto por um simpatizante do presidente no fim de semana. “Nós acreditamos que estes são os meios existentes para fazer, pelo menos, a violência ser intimidada durante o processo eleitoral. E a instituição que tem essa atribuição é o TSE. Foram esses pedidos, sob pena de que não procedendo assim, tanto o presidente da República quanto o seu partido recebam a multa de R$ 1 milhão por dia”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) na saída do TSE.