Nonato Guedes
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, anunciou em suas redes sociais a neutralidade da legenda para as eleições presidenciais na próxima convenção partidária. De acordo com ele, a possibilidade de uma posição neutra já vem sendo cogitada desde março, quando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG) desistiu de sua pré-candidatura à Presidência da República. Na Paraíba o PSD é presidido pela senadora Daniella Ribeiro, que tem evitado manifestações sobre a disputa presidencial. Ela se filiou recentemente à sigla, deixando os quadros do PP e desbancou do comando o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, que acabou migrando para o PSC, onde concorrerá à Câmara Federal. Romero, segundo versões, não teria dado passos concretos para fortalecer o PSD no Estado.
Gilberto Kassab explicou que o projeto de liderança da sigla estava concentrado na candidatura de Rodrigo Pacheco ao Planalto e que, sem ela, o partido não possui outra alternativa senão a posição de neutralidade. Disse que foram ouvidos parlamentares em todos os níveis e líderes de todos os recantos do país. “A constatação é que não temos unidade para caminhar coligados com um candidato de outro partido. Diante de opções existentes, haveria preferências diversas no partido, não apenas quando consideramos o Brasil, mas as instâncias partidárias dentro de Estados e, até, de municípios”, acrescentou Kassab. O nome do presidente nacional do PSD chegou a figurar no radar das cogitações para compor chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas os entendimentos não avançaram e ele não demonstrou maior interesse em promover esse movimento.
A possibilidade de uma candidatura futura do PSD nas próximas eleições, porém, não ficou descartada. Diante da desistência de participar direta ou indiretamente no pleito presidencial, Kassab afirma que “ficou a semente de um excelente projeto para o Brasil, que o PSD não abandonou, apenas adiou”. Até então, conforme o site “Congresso em Foco”, o PSD mantinha um jogo triplo em rede de apoio a candidatos: cogitou a aliança com o PT antes da filiação de Geraldo Alckmin ao PSB, manteve diálogo com o PSDB ao redor de uma possível candidatura do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e chegou a manifestar solidariedade a Ciro Gomes, pré-candidato do PDT. A adesão de Kassab poderia representar um forte apoio legislativo em um governo futuro. Atualmente, a legenda conta com a quinta maior bancada na Câmara, com 47 deputados, e com a segunda maior do Senado, formada por onze senadores.