A presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aguardada na convenção nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), programada para 29 de julho, em Brasília. O gesto é visto como uma deferência ao ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que será o vice de Lula na chapa presidencial. Alckmin rompeu com o seu antigo partido, o PSDB, e ingressou no PSB como condição sugerida pelo próprio Lula para compor a sua chapa, já que a legenda integra a base de apoio ao líder petista. Lula, por outro lado, não participará da convenção nacional do PT, que será realizada na próxima quinta-feira, 21, em São Paulo. Ele estará em Pernambuco, onde participará de atos no interior do Estado e na capital, Recife.
Na reunião do PT que será realizada em São Paulo, o diretório nacional referendará o nome de Lula como candidato do partido à Presidência da República e aprovará a indicação de Geraldo Alckmin para vice. Como a decisão já foi formalmente tomada pela Executiva da sigla, a reunião desta semana é vista como mera formalidade. Em seguida, a cúpula da federação formada pelo PT, PCdoB e PV, também se reunirá para tomar as mesmas decisões. No caso do PSB, o partido referendará a indicação de Alckmin para o posto e deverá aprovar a coligação nacional construída em torno da candidatura de Lula. Ela é formada por PT, PSB, PCdoB, PV, Rede, PSOL e Solidariedade.
Lula esteve em Brasília nesta semana para encontros políticos e atos com a militância. Ele almoçou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que disse que não poderia declarar publicamente sua posição por causa de seu papel institucional, mas que o apoia nas eleições deste ano. Rodrigo Pacheco tentou se viabilizar como pré-candidato a presidente da República, apresentando-se como discípulo do ex-presidente Juscelino Kubitscheck, mas seu nome não agregou apoios suficientes para fortalecer uma chamada terceira via no processo sucessório. Lula também selou acordos com emedebistas, como o senador Eduardo Braga, no Amazonas, com o deputado Neri Geller (PP) no Mato Grosso. O governador da Paraíba, João Azevêdo, que se considera da base lulista e é apoiador declarado da candidatura do ex-presidente, deverá ter a oportunidade de reencontrá-lo na convenção nacional socialista. Ele rivaliza com o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), pré-candidato ao governo, que diz ter a exclusividade do palanque lulista na Paraíba.
Ontem, em São Paulo, Geraldo Alckmin e Márcio França e o petista Fernando Haddad marcaram presença no vigésimo primeiro Congresso da União da Juventude Socialista. Os pré-candidatos a vice-presidente na chapa do ex-presidente Lula (PT) ao governo de São Paulo e ao Senado, respectivamente, se juntaram à juventude e tiraram fotos bem-humorados. Pelas redes sociais, Haddad disse: “Estamos há muito tempo celebrando as conquistas que aconteceram entre 2002 e 2014, agora queremos voltar aqui e comemorar novas vitórias com vocês”. Márcio França, também via redes, destacou a relevância do evento com os jovens e declarou: “Energia renovada no vigésimo primeiro congresso da UJS Brasil. Obrigado pelo apoio. Vamos juntas e juntos!”. Geraldo Alckmin, vice de Lula, afirmou durante o ato: “Nós precisamos tirar esse fascistóide da presidência da República. É derrotar Bolsonaro e eleger Lula presidente”.