O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre agenda em Pernambuco como pré-candidato do PT à Presidência da República, afirmou, ontem, durante evento em Garanhuns, que tem candidato no Estado ao governo e que esse candidato é Danilo Cabral, do PSB. Com isso, Lula reiterou a decisão em não subir em outro palanque que não seja o da Frente Popular durante as eleições em Pernambuco, sua terra natal. “Não confundo minha relação pessoal com a política”, cravou Lula, descartando apoio oficial ao nome da pré-candidata Marília Arraes (SD), que também compõe palanque para o presidenciável no Estado.
Desfiliada do PT desde março deste ano, Marília tem utilizado a imagem de Lula em sua pré-campanha e já afirmou que permanecerá apoiando o ex-presidente, mesmo que esse não seja um movimento recíproco. Marília Arraes tem liderado as pesquisas de intenção de voto no Estado, enquanto Danilo Cabral pontua em quinto lugar. “Quero cumprir o compromisso com o PSB e quero que o PSB cumpra compromisso com o PT”, acrescentou Lula. O PT nacional aprovou ontem uma resolução política em defesa da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. O documento foi apresentado durante ato que confirmou as alianças do PT para as eleições de 2022 e a chapa de Lula e do seu pré-candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB).
A resolução também traz críticas à administração do ex-presidente Michel Temer, um dos caciques do MDB, de 2016 a 2018. O PT voltou a falar em “golpe”. Disse que o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) levou ao poder um projeto neoliberal e fez o Brasil retroceder em conquistas sociais, políticas públicas e investimentos do Estado para o crescimento e geração de empregos e renda. “A condenação, prisão e cassação da candidatura do presidente Lula, hoje reconhecidas como manifestamente ilegais, levaram ao governo Jair Bolsonaro, que aprofundou o projeto ultraneoliberal, gerou desemprego e pobreza, abandonou a população ao longo da pandemia e trouxe de volta a fome ao país”, prosseguiu. Temer era vice de Dilma Rousseff e assumiu a Presidência depois que o Congresso votou a favor do impeachment da petista.