Quatro anos depois da convenção do PSL que confirmou a candidatura do então deputado federal Jair Bolsonaro à Presidência em 2018, um ato público marcado para hoje no Maracanãzinho, no Rio, vai oficializar a entrada dele, agora, no PL, na briga pela reeleição. Quase um mandato depois, como observa reportagem de “O Globo”, Bolsonaro se aliou aos políticos do Centrão, que ele atacava, teve de lidar com suspeitas de corrupção em seu governo – episódios que prometia impedir – e agora está no meio de uma disputa entre aliados em torno da incômoda segunda posição nas pesquisas, lideradas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em 2018, Bolsonaro e seus aliados pregaram tolerância zero a desvios e expuseram um rosário de ataques ao Centrão, bloco partidário capitaneado por PL, PP e Republicanos, conhecido pelo pragmatismo e pelo fisiologismo. Ao longo de sua gestão, contudo, o presidente fez inúmeras concessões. Para formar uma base no Congresso, em nome da governabilidade, filiou-se ao PL, comandado pelo ex-mensaleiro Valdemar da Costa Neto e distribuiu cargos a indicados das outras duas siglas que integram o grupo, inclusive o ministério mais estratégico da máquina federal, a Casa Civil, hoje com Ciro Nogueira, cacique do PP. Ao lado do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do presidente do PL, Nogueira integra o núcleo duro da campanha. Bolsonaro também apoiou a eleição à presidência da Câmara de Arthur Lira (PP-AL), que tem defendido os interesses do governo n Casa.
O Partido Liberal, conforme reportagem do UOL, gastou cerca de R$ 127 mil com 15 anúncios do presidente Jair Bolsonaro no You Tube e no Google desde ontem, véspera da convenção do partido para lançar a candidatura do atual mandatário à reeleição. Dados divulgados pelo Google Brasil mostraram que a sigla impulsionou os vídeos de seis, o mais veiculado, 15 e 30 segundos de Jair Bolsonaro com a frase “Não pule este vídeo, é pelo bem do Brasil”. Nos vídeos, Bolsonaro aparece ao lado de um dos filhos beijando a primeira-dama Michelle Bolsonaro e a filha Laura, que veste um uniforme militar. Estrategistas da campanha de Bolsonaro tentam aproximá-lo das mulheres, público com maior rejeição ao chefe do Executivo, conforme pesquisas. Bolsonaro também aparece discursando em eventos do governo, rezando ao lado de lideranças religiosas, como o pastor Silas Malafaia, durante passagem pelo Exército Brasileiro quando jovem e dando “tchau”.