Pesquisas internas encomendadas pela equipe de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) constataram que a maioria do eleitorado do Nordeste deve apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por isso, os esforços a partir de agora serão concentrados em Estados do Sudeste. A informação é da colunista do UOL Thaís Oyama no videocast O Radar das Eleições. O núcleo político que apoia Bolsonaro acredita que ele já fez tudo o que poderia ter feito para conquistar mais votos no Nordeste. A avaliação é de que apesar do pacote de benefícios e de obras, como a transposição do rio São Francisco, Bolsonaro não tem como crescer significativamente na região com o atual cenário econômico.
“Eu ouvi pesquisadores de fora do governo e eles colocam no máximo três pontos percentuais no aumento da popularidade na região Nordeste por conta desses benefícios”, acrescentou Oyama. “Isso transposto para o cenário nacional não é muito, é menos de 1% nas pesquisas”. Por isso, segundo a colunista do UOL, o Nordeste, que concentra 27% do eleitorado, não é mais o alvo principal da campanha de reeleição do presidente da República. Agora, vão atrás do Sudeste: Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, que concentram 42% do eleitorado nacional. É ali que a campanha vai investir, sobretudo em Minas, onde a situação está pior para Bolsonaro, afirmou a jornalista.
“Essa estratégia de embicar a campanha para o Sudeste se dá sobretudo porque pesquisas internas da campanha já mostraram que no Nordeste a percepção do eleitor em geral é de que a vida lá era melhor com o Lula”, revelou Oyama. Pesquisa da Quaest Consultoria, contratada pela Genial Investimentos e divulgada em seis de julho, apontou Lula e Bolsonaro empatados eleitores do Centro-Oeste do país na disputa pela Presidência da República. Nas outras quatro regiões, Lula ocupa isoladamente a liderança. Em Goiás, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal, Lula tem 39% das intenções de voto e Bolsonaro 35% na pesquisa estimulada, quando o entrevistado recebe uma lista prévia com os nomes dos presidenciáveis. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, os dois estão tecnicamente empatados. Lula lidera nas demais regiões do país, com a maior vantagem no Nordeste, de 37 pontos percentuais (59% a 22%) e a menor no Sudeste, onde tem cinco pontos a mais que o adversário (38% a 33%). Em todo o território nacional, Lula segue na liderança, com 45% das intenções ante 31% de Bolsonaro.