Durante evento da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) na Universidade de Brasília, hoje, o candidato do PDT à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) sinalizou que poderá deixar a carreira política se não vencer a eleição deste ano ao Palácio do Planalto. O ex-ministro e ex-governador do Ceará afirmou que, em caso de derrota nas urnas, vai “botar a viola no saco”. Na reta final da campanha de 2018, quando também concorreu à Presidência, Ciro já havia afirmado que disputaria sua última eleição naquele ano. Quatro anos depois, está de volta à disputa.
No evento na UnB hoje, uma participante pediu que o pedetista não desistisse de se candidatar em futuras eleições. Ontem, a SBPC havia recebido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT. “É muito lisonjeiro. Vou morrer brigando pelo Brasil, é o amor da minha vida, minha paixão, é a minha vocação. Mas tenho que compenetrar que ser quatro vezes candidato a presidente da República e não ser escolhido…Talvez não seja este o meu destino”, disse Ciro. De fevereiro de 2015 a maio de 2016, Ciro Gomes trabalhou na iniciativa privada. Presidiu a Transnordestina S/A, subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional, encarregada de construir a ferrovia que ligará o porto de Pecém, no Ceará, ao Porto de Suape, em Pernambuco.
Deixou a empresa para voltar à cena política, nos meses finais do processo de impeachment que cassou o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a que ele se referiu como golpe de Estado. Dois anos depois, lançou-se pela terceira vez candidato à Presidência da República. Ao passo que diz que não deve mais disputar eleições nacionais, Ciro declarou em entrevista que tampouco deseja um eventual retorno à política do Ceará, seu berço político. “Não tenho mais nada para cumprir na política do Ceará. Não desejo mais nunca”. Em seu pronunciamento no evento da SBPC, Ciro fez uma exposição de cerca de 45 minutos de seu conjunto de propostas, que abriga sob o guarda-chuva de um Plano Nacional de Desenvolvimento. Ciro figura em terceiro lugar em pesquisas de intenção de voto.