A mídia nacional destaca a atuação, no Congresso, de candidatos que atualmente disputam a Presidência da República, a exemplo de Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT). Pesquisa do “PoderData” revela que Bolsonaro foi o que mais apresentou projetos quando era do Legislativo – ele foi deputado por sete mandatos. Lula foi deputado constituinte, contribuindo com a elaboração da Constituição de 1988, válida até hoje. Simone Tebet é a candidata que mais teve suas propostas ou textos relatados por ela e transformados em normas jurídicas.
Bolsonaro apresentou 2.327 projetos durante seus quase 28 anos na Câmara – renunciou em 2019 para assumir o Planalto. Mas entre proposições e projetos relatados, teve apenas 26 textos transformados em norma legislativa, ou seja, 0,01% do total de suas ideias. Já a senadora pelo Mato Grosso do Sul Simone Tebet assumiu em 2015. Apresentou 621 proposições. Relatou outras 115. Desse universo, foram 44 textos transformados em norma (0,06%). A composição do Parlamento conta com 513 deputados e somente 81 senadores. Desta forma, alerta o portal “Poder360”, é mais provável que um senador proponha ou relate um projeto com mais força, logo, com maior chance de ser aprovado. A senadora Soraya Thronicke tem menos de quatro anos de mandato e já aprovou 22 proposições, por exemplo.
No caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de não ter tido nenhuma proposta transformada em lei como é hoje, ele ajudou a redigir a Constituição de 1988 como deputado constituinte. Foi seu único parlamentar, já que preferiu se dedicar a concorrer ao cargo de presidente da República em sucessivas campanhas eleitorais. José Eymael, do DC, também teve um dos seus dois mandatos na Câmara como constituinte. O candidato do PDT ao Planalto, Ciro Gomes, assim como o petista, só teve um mandato de deputado. Mas a passagem de quatro anos pela Câmara Federal foi bem produtiva. Ele propôs 95 projetos, relatou 24 e teve 13 transformados em lei. Metade do que Bolsonaro conseguiu (ainda que o atual presidente tenha tido sete mandatos).
Fruto de uma tentativa de ampliar sua força no Legislativo nos últimos anos, Bolsonaro é o candidato com mais congressistas em sua coligação ao Planalto. São 195 ao todo. Nem todos, no entanto, o apoiam. E há, também, políticos de outros partidos simpáticos a Bolsonaro que não entram na conta. Lula tem em seu rol de apoio apenas 16 deputados e 11 senadores. Tebet, por vir do Senado e ter conseguido fechar no último dia possível a vinda do Podemos para a sua coligação, é a que tem mais senadores. São 27 integrantes da Casa Alta, o que representa 1/3 do total de cadeiras. O MDB, maior partido de Simone, é a maior bancada na Casa com 12 senadores. Já o Podemos tem 7.