A Justiça Eleitoral de Pernambuco proibiu a deputada Marília Arraes (Solidariedade-PE), candidata ao governo, de adotar símbolos relacionados ao PT em seus cabos eleitorais durante sua campanha. A ação foi movida pela coligação encabeçada pelo PSB, que tem como candidato a governador o deputado Danilo Cabral, em chapa formada com o PT. Marília, apesar de não ter o apoio formal do PT, mantém relação pessoal com Lula e vem liderando as pesquisas de intenção de voto no Estado.
Tanto Danilo Cabral quanto Marília Arraes são aliados de Lula e seus partidos apoiam a candidatura presidencial do petista, mantendo uma relação de aliança sem formar federação. Em Pernambuco, Marília, além de ter sido filiada ao PT, é neta do ex-governador Miguel Arraes, o que vem garantindo seu espaço na esquerda no Estado. Seu primo e também neto de Arraes, o ex-governador Eduardo Campos, chegou a disputar a Presidência da República em 2014, mas morreu em um acidente aéreo.
Filiada ao PT, Marília Arraes desejava disputar o governo do Estado depois de uma candidatura que a levou ao segundo turno na disputa para a prefeitura do Recife em 2020, em que perdeu para o primo e atual prefeito João Campos (PSB). O PT, no entanto, preferiu apoiar o projeto do PSB ao governo com a candidatura do deputado federal Danilo Cabral. Marília, então, resolveu deixar o PT e se filiar ao Solidariedade para disputar o governo. O senador Humberto Costa (PT) também desejava a candidatura mas abriu mão do projeto.
A escolha de Marília pelo Solidariedade se deu justamente por conta da possibilidade de permanecer próxima do PT sem precisar ceder ao PSB, de onde saiu em 2016 por conta de divergências com os demais membros do diretório pernambucano. Marília Arraes vem adotando constantes referências a Lula em sua campanha com seus cabos eleitorais vestindo roupas com referências ao PT. O entendimento da coligação do PSB, oficialmente apoiada pelo PT, é de que as alusões de Arraes ao candidato petista em sua campanha seriam uma estratégia para “tentar confundir o eleitor”, dando a impressão de que ela seria a candidata apoiada por Lula. Decidiram, então, entrar na Justiça com ação contra a antiga filiada, exigindo em caráter liminar a proibição por parte de seus militantes de adotar símbolos do PT em suas roupas e cartazes.