O deputado estadual Jeová Campos (PT), primeiro suplente na chapa majoritária encabeçada pelo ex-governador Ricardo Coutinho ao Senado, rechaçou especulações de que possa vir a assumir a titularidade do posto na hipótese de decretação de inelegibilidade de Ricardo. “No nosso ambiente político não há espaço para a discussão de uma candidatura que não seja a de Ricardo senador. Nós não temos na nossa alça de reflexão política qualquer diálogo que não seja a candidatura dele”, expressou o parlamentar pelo Sertão, que abriu mão de concorrer à reeleição à Assembleia Legislativa para participar da chapa majoritária.
Jeová Campos explicou ter aceito o convite de Ricardo para integrar sua chapa com a missão de reforçar a luta do campo democrático em defender a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a presidente. “Nesse aspecto, a candidatura de Ricardo tem uma expressão maior, um papel relevante. O próprio presidente Lula, quando esteve recentemente na Paraíba, reforçou que o senador dele é Ricardo e que reconhecia a história de luta dele em prol da democracia, contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e sua firme posição contra o lavajatismo, além do apoio que ele sempre deu às lutas democráticas”. Sobre a questão da inelegibilidade em tramitação na Justiça, Jeová frisou que isso não está na sua agenda de atuação.
– Para nós, isso é uma questão tranquila, bem resolvida. Caberá aos tribunais decidirem o Direito e eu penso que ele tem um bom Direito. Nosso papel é decidir a política e, neste cenário, nós somos 100% Ricardo. Nossa agenda não debate inelegibilidade. Nossa agenda é estar na rua conversando com os eleitores, as lideranças, mostrando a necessidade de derrotar Jair Bolsonaro e ter outro governo com a democracia restabelecida no Brasil e o papel que Ricardo cumpre dentro desta agenda e conjuntura é destacado, diferenciado, e nós precisamos dele. Portanto, não há qualquer outra discussão sendo agitada – acrescentou.
O deputado lembrou que está na política partidária para defender uma pauta democrática, que sempre o atraiu. “A pauta política que me envolve é aquela que quer mudar o Brasil, que quer tirar esse viés autoritário da presidência da República, que quer ver Lula governando o Brasil, com Ricardo no Senado”, mencionou. Sobre a divulgação indevida da impugnação da candidatura de Veneziano Vital do Rêgo (MDB) ao governo, Jeová foi taxativo: “Eu penso que o MP é um órgão fundamental no Estado de Direito e atua como fiscal da democracia. Por isso mesmo, precisa ter muita cautela naquilo que faz para não estar constrangendo as pessoas. Constranger qualquer cidadão, seja ele de qualquer matriz ideológica, por um erro do Estado, é muito ruim”, advertiu.