Nonato Guedes
O empresário e ex-senador Ney Suassuna está de volta ao cenário político paraibano, firmemente engajado na campanha ao governo do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), de quem é primeiro suplente no Congresso Nacional. Se Veneziano for vitorioso na batalha que enfrenta, Suassuna ganhará os quatro anos restantes do mandato que ele cumpre em Brasília, e o empresário garante que está pronto para novos desafios e para trabalhar pela Paraíba. Amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-aliado político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ney evita polemizar sobre a disputa presidencial, garantindo que, se for investido no mandato titular no Senado Federal, terá abertura para dialogar com quem quer que seja vitorioso. “Meu partido continua sendo a Paraíba”, revelou ao colunista. Ney está filiado ao Republicanos, presidido no Estado pelo deputado federal Hugo Motta, e que apoia a candidatura do governador João Azevêdo (PSB) à reeleição.
Há uma preocupação latente da parte do ex-senador Ney Suassuna em não criar problemas para a campanha de Veneziano, que é, oficialmente, o candidato apoiado pelo ex-presidente Lula ao governo da Paraíba. Isso explica porque ele se declara decidido, enfaticamente, pelo apoio ao projeto de Veneziano, que considera qualificado para dirigir os destinos do Estado, lembrando o seu currículo e a atuação presente como primeiro vice-presidente do Senado Federal. “Ele (Veneziano) já contribui bastante com o desenvolvimento do Estado na posição que atualmente ocupa, e, sem dúvida, será mais proativo ainda quando for eleito governador”, avalia Ney Suassuna, destacando a sensibilidade do parlamentar emedebista e as propostas que ele tem apresentado na campanha eleitoral, contemplando segmentos diversificados da sociedade.
Bem ao seu estilo, Ney foi visto, ontem, num restaurante da orla marítima de João Pessoa, circulando de mesa em mesa e pedindo votos para a candidatura de Veneziano Vital do Rêgo. É certo que ouviu declarações de voto, também, no presidente Jair Bolsonaro, mas procurou não se desviar do seu foco principal, centrado na disputa paraibana. O ex-senador informou que, nesta primeira investida, cumprirá agenda de uma semana, visitando municípios de regiões distintas como o Brejo e o Sertão, além de prestigiar eventos em Campina Grande. Ele está disponível para colaborar com a campanha, também, no Guia Eleitoral no rádio e na TV, se for acionado para tanto pelo senador Veneziano Vital do Rêgo. Líder e vice-líder do PMDB no Senado Federal, Ney criou fama de “trator” no exercício de mandato parlamentar, pela desenvoltura com que abria portas em Brasília para encaminhar pleitos da Paraíba.
Ele não quis se manifestar sobre engajamento na campanha do ex-governador Ricardo Coutinho (PT) ao Senado, mas deu a entender que está bem informado sobre as demandas que cercam essa postulação na chapa de Veneziano, inclusive, com recursos postulando a decretação de inelegibilidade de Ricardo. Mais à vontade, opina que o senador Veneziano Vital do Rêgo tem chances de ser favorecido na disputa que trava com o atual chefe do Executivo e com postulantes de outras legendas. E frisou que se for materializada a eleição de Veneziano, com sua ascensão ao mandato no Senado, estará a postos para ajudar a futura administração, encampando reivindicações que estão na ordem do dia da pauta local e a elas incorporando suas próprias propostas, de modo a emprestar novo contributo ao crescimento econômico e social da Paraíba, com que sempre se preocupou nas missões que foram exercidas.
Natural de Campina Grande, mas com empreendimentos empresariais vitoriosos no Rio de Janeiro e no exterior, o ex-senador Ney Suassuna ingressou na política em 1990 como suplente de Antônio Mariz, que foi eleito derrotando Marcondes Gadelha em memorável disputa. Tornou-se titular no Senado com a investidura de Mariz no governo, conquistado na disputa de 1994 contra Lúcia Braga. Em 98, Ney foi “reeleito”, concorrendo em dobradinha com José Maranhão, também reconduzido ao Palácio da Redenção. Chegou a ser ministro da Integração Nacional no governo Fernando Henrique Cardoso e, posteriormente, líder do PMDB no Senado e vice-líder do governo Lula. O ecletismo político possibilitou-lhe livre trânsito na conjuntura estadual e nos círculos federais de poder. Ney perdeu o Senado em 2006 para Cícero Lucena, então PSDB, em meio a casos rumorosos que tiveram ampla repercussão na mídia sulista. Em 2018, ele aceitou o convite de Veneziano Vital do Rêgo para ser seu suplente na chapa e chegou a assumir o mandato de setembro de 2020 a janeiro de 2021 devido a licença requerida pelo titular. “Estou na Paraíba para ajudar Veneziano a se eleger governador e sou otimista com as suas chances de ganhar a parada. Em qualquer circunstância, a população paraibana conta com meus préstimos”, declarou Ney, ao encerrar a conversa com o colunista.