Nonato Guedes
O farmacêutico Lucélio Cartaxo Pires de Sá, irmão gêmeo do ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, empreende este ano a terceira tentativa de conquistar um mandato eletivo, agora na disputa proporcional. Ele é candidato a deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores, depois de ter concorrido ao Senado em 2014 e ao governo do Estado em 2018, sem êxito. Lucélio foi superintendente da CBTU – Companhia Brasileira de Trens Urbanos, por cerca de onze anos, e também chefe de gabinete da Prefeitura da Capital, na gestão do irmão. O “clã” Cartaxo, com raízes no Sertão (Sousa e Cajazeiras) ainda se faz representar no pleito de 2022 com a candidatura de Luciano a deputado estadual e da mulher, a professora Maísa Cartaxo, a vice-governadora, na chapa de Veneziano Vital do Rêgo (MDB).
Em 2014, Lucélio perdeu a vaga ao Senado para o ex-governador José Maranhão (MDB), que faleceu no exercício do mandato vítima de complicações da Covid, tendo sido sucedido pela primeira suplente Nilda Gondim, mãe de Veneziano. Aquele ano marcou a estreia de Lucélio na política-partidária (ele já tivera militância na política estudantil em João Pessoa) e ele obteve 521.938 votos, ficando em segundo lugar no páreo. Em 2018, foi lançado candidato a governador, desta feita pelo Partido Verde, alcançando 23,51%, equivalente a 450.525 sufrágios. Nessa disputa, Lucélio teve como candidata a vice a doutora Micheline Rodrigues, mulher do então prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSC), que este ano também concorre à Câmara dos Deputados. O pleito ao governo foi decidido em primeiro turno com a vitória de João Azevêdo (PSB), apoiado pelo então governador Ricardo Coutinho, ficando Lucélio em segundo lugar na contagem final.
Em tese, o candidato das oposições ao governo em 2018 seria Luciano Cartaxo, que dividia preferência com Romero Rodrigues, então PSD, mas ambos preferiram permanecer à frente das prefeituras de João Pessoa e Campina Grande. Surgiu, então, a chapa doméstica formada pelo irmão gêmeo de Luciano e pela mulher de Romero. Em 2020, na eleição para a prefeitura de João Pessoa, Luciano Cartaxo lançou a candidatura de uma concunhada, a ex-secretária de Educação do município Edilma Freire para sucedê-lo, mas ela não logrou, sequer, ficar entre os primeiros colocados da disputa, que foi vencida em segundo turno por Cícero Lucena (PP) contra Nilvan Ferreira, então MDB. Ao deixar a prefeitura, Luciano passou a ser cogitado como opção para disputar o governo do Estado pelo Partido dos Trabalhadores, mas a solução final indicou aliança deste partido com a candidatura de Veneziano Vital do Rêgo, que anunciou apoio a Ricardo Coutinho ao Senado e optou por Maísa Cartaxo, ambos do PT, para a vice-governança.
Reintegrado aos quadros do PT depois de passagens pelo PSD e pelo PV, o ex-prefeito Luciano Cartaxo já foi deputado estadual e candidato a vice-governador na chapa encabeçada por José Maranhão (MDB), que foi derrotada nas eleições de 2006 por Cássio Cunha Lima (PSDB). Em 2009, com a cassação do mandato de Cássio pelo TSE, Maranhão e Luciano foram chamados pela Justiça para se investir no governo, completando o mandato vigente. Focado, atualmente, no retorno à Assembleia Legislativa, o ex-prefeito Luciano Cartaxo tem sido especulado como alternativa para voltar a disputar a prefeitura de João Pessoa futuramente. Ele não confirma essa perspectiva e baseia sua campanha na crítica às administrações de Cícero Lucena e do governador João Azevêdo, que tenta a reeleição. Sua atuação como candidato estende-se por outros municípios da Grande João Pessoa e do interior do Estado.