Candidatos a governos estaduais e a outros mandatos eletivos, ligados ao esquema do presidente Jair Bolsonaro (PL), estão “patinando” em pesquisas de intenção de votos, a poucas semanas da eleição em primeiro turno. Até mesmo o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL), conhecido como o “sanfoneiro do presidente”, está na terceira posição em Pernambuco, com 11% dos votos, atrás de Teresa Leitão (PT, com 20% e do deputado federal André de Paula (PSD), com 20%. Candidatos a governador ligados a Lula mantêm vantagem em cinco Estados.
Estão com o petista: João Azevêdo (PSB-PB), Carlos Brandão (PSB), do Maranhão, Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, Marília Arraes (Solidariedade), em Pernambuco, e Paulo Dantas (MDB), em Alagoas. Bolsonaro só tem um candidato ao governo no Nordeste que lidera pesquisa. Em Sergipe, Valmir de Francisquinho (PL) aparece na liderança, mas sua candidatura está sob judice na Justiça Eleitoral. Duas grandes apostas do presidente na região enfrentam problemas nas pesquisas eleitorais – justamente dois ex-ministros abençoados pelo Palácio do Planalto. Na Bahia, o ex-ministro da Cidadania, João Roma (PL), está longe do favorito na disputa, o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), que, mesmo no campo da direita, vem mantendo neutralidade na eleição presidencial. João Roma, na última pesquisa Datafolha, aparece com 7% dos votos e ACM Neto com 49%. O candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, tem 28%.
Em matéria sobre o pleito, o “Congresso em Foca” revela: “Nascido em Pernambuco, o ex-presidente Lula mantém no Nordeste do país seu maior capital político. Na última pesquisa Datafolha, Lula registrou 59% das intenções de voto na região contra 22% do presidente Jair Bolsonaro (PL). Nestas eleições, os palanques ligados a Bolsonaro, maior adversário e com quem Lula polariza a disputa presidencial, caminham para o abismo, com apenas um postulante favorito com chance de vitória em disputa a um governo estadual e mesmo assim sub judice”. O cientista político Alex Ribeiro, da UFBA, ao tratar do cenário, analisou: “O nordestino almeja uma melhora e vê, em sua maioria, o ex-presidente Lula como o principal ator político para mudar o atual cenário”. De acordo com ele, “o bolsonarismo não teve tanta força no Nordeste por conta da crise econômica que ocorre no país. O eleitorado nordestino, como de outros locais, tem consciência política e escolhe os seus representantes de acordo com suas necessidades”.
Candidatos identificados com a direita, ou seja, de oposição ao PT, também têm ganhado espaço na região. Mas, como estratégia para sobreviver ao bolsonarismo, estão preferindo manter a neutralidade. Estes são os casos do já citado ACM Neto na Bahia, de Sílvio Mendes, no Piauí, e do Capitão Wagner, no Ceará. Os três são filiados ao União Brasil. No caso do Capitão Wagner, que vem liderando a disputa no Ceará, chama a atenção o fato de ele herdar os votos do bolsonarismo e negá-los ao mesmo tempo. Além disso, o presidente da República declarou apoio ao seu projeto eleitoral. No entanto, ao longo da campanha, o Capitão vem se descolando da imagem do presidente. Em um debate promovido pelo jornal O Povo neste mês, o deputado saiu pela gente ao tratar do presidente