Nonato Guedes
O governador João Azevêdo (PSB), que disputa a reeleição, deixou claro, ontem, em entrevista ao Sistema Arapuan, que está pronto para enfrentar a eventualidade de um segundo turno na disputa majoritária no Estado e que, pessoalmente, não tem ‘preferência’ por adversário. O que ele pede é que seja feito um “debate concreto” entre os postulantes envolvendo os problemas da Paraíba e a formulação de propostas para solucionar essas demandas. O chefe do Executivo considera que, na conjuntura atual, faltando poucos dias para o primeiro turno da eleição, há candidatos que se manifestam superficialmente sobre temas que são agitados em debates ou entrevistas, em alguns casos demonstrando desconhecimento da realidade da Paraíba.
Para ele, a corrida eleitoral tem estimulado alguns pretendentes ao Palácio da Redenção a apelar para promessas surrealistas que não levam em conta a conjuntura enfrentada nos últimos anos pelo Estado, ignorando, deliberadamente, avanços que teriam ocorrido na sua administração, a despeito das consequências da crise sanitária provocada pela pandemia de Covid-19. Considera que não é inteligente a postura de adversários seus, negando-se ou recusando-se a admitir perante eleitores as conquistas alcançadas e refletidas em patamares favoráveis ou auspiciosos para a Paraíba, tanto na questão do equilíbrio fiscal como em percentuais expressivos anotados na Educação, na própria Saúde e em investimentos pontuais em setores de infraestrutura. Salientou que as mudanças implementadas nos últimos anos são o indicador mais valioso para qualquer discussão sobre a problemática estadual.
O governador João Azevêdo deu ênfase a programas de segurança alimentar que têm sido desencadeados na sua gestão e que, a seu ver, tornaram-se prioridade nacional devido à reinserção do Brasil no Mapa da Fome, com condições trágicas para segmentos marginalizados da população. A sua avaliação é de que, até em face da pandemia, as medidas emergenciais que foram tomadas pelo governo eram as que se impunham no quadro adverso com que a Paraíba passou a se defrontar. Assegurou que não houve omissão de sua parte, nem da sua equipe, para a obtenção de resultados positivos no processo histórico e que as demandas foram sendo encaixadas conforme o quadro orçamentário ou a posição das receitas. Falou, então, do esforço que empreendeu para atrair investidores e empreendimentos de repercussão social, contabilizando alguns êxitos e perspectivas para o futuro.
João Azevedo destacou a interlocução que procurou manter, nesse período de governo, com representantes da Paraíba no Congresso Nacional – Câmara e Senado, cultivando igualmente gestões junto à Assembleia Legislativa para a aprovação de matérias concernentes a programas considerados essenciais, sobretudo na fase aguda da calamidade provocada pela covid. De acordo com ele, há muito a ser feito, principalmente no que diz respeito à ampliação da oferta de empregos e a melhores condições de geração de emprego e renda no Estado. Mas garante que o empenho que foi feito no enxugamento da máquina mediante a racionalidade de despesas possibilitou a criação de bases alvissareiras para a colheita de resultados positivos em favor da Paraíba. Nesse sentido, foi enfático ao observar que nem faltou trabalho de sua parte e da sua equipe e também não faltou sensibilidade para com o atendimento das pautas mais urgentes que segmentos da sociedade vinham, então, reivindicando.
O chefe do Executivo, que se considera integrante da base de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por apoiar a candidatura do líder petista à Presidência da República, independente da opção que ele anunciou em favor do candidato Veneziano Vital do Rêgo (MDB), opinou que é confiante em que num eventual terceiro governo de Lula os benefícios para a região Nordeste sejam ampliados, diante da atenção especial que o ex-mandatário tem para com o chamado semiárido. Disse que a obra da transposição das águas do rio São Francisco, cuja execução foi desencadeada no governo de Lula, tem sido redentora para a população nordestina mas ainda há carência de complementação dos serviços e de ampliação do contingente de famílias beneficiadas, além de medidas para a utilização das águas de forma apropriada pelos setores produtivos desta região. A comparação que ele faz, nesse aspecto, é, inevitavelmente, com o governo do presidente Jair Bolsonaro, que, segundo entende, não teve a mesma sensibilidade de Lula em suas gestões nem dispensou aos governadores do Nordeste o respeito que eles merecem pela sua condição de representantes do povo desta região.