O ex-senador Marcondes Gadelha deixou a presidência nacional do Partido Social Cristão, PSC, voltando à vice-presidência da legenda. O comando foi reassumido pelo Pastor Everaldo, que equacionou demandas jurídicas e baseou-se em regras fixadas pelo estatuto. Marcondes Gadelha, por sua vez, confessou a jornalistas que está dedicado, com prioridade, à eleição do seu filho, Leonardo, à Câmara Federal, e salientou que vê possibilidades de vitória.
– Estamos confiantes na eleição de Leonardo, do deputado Ruy Carneiro e do ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues – afirmou Marcondes Gadelha, lembrando que seu filho somou apoios importantes a partir de Sousa e tem se desdobrado por Campina Grande e outras regiões do Estado. Marcondes, que iniciou a carreira política como deputado federal na década de 60 e exerceu mandatos e cargos relevantes na vida pública, já havia comunicado seu afastamento da disputa eleitoral, tendo se empenhado, ultimamente, em escrever livros autobiográficos, num dos quais narrou a odisseia como candidato a vice-presidente da República na chapa do apresentador de televisão Sílvio Santos em 1989, chapa que foi impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
O parlamentar foi um dos expoentes do antigo “grupo autêntico” do MDB na Câmara Federal, em plena ditadura militar, e teve papel de destaque nas lutas por anistia e por eleições diretas à presidência da República, além de ter apoiado movimentos de defesa dos direitos humanos na sociedade civil. Ele foi, também, candidato ao governo da Paraíba em 1986, pelo PFL, sendo derrotado por Tarcisio Burity, que concorreu, então, pelo PMDB. Marcondes foi um dos grandes baluartes pelo projeto de transposição das águas do rio São Francisco, não somente através de discursos na tribuna da Câmara ou do Senado mas como orador em atos públicos e manifestações que chegaram a ser realizadas em Estados do Nordeste. Para ele, a transposição significava a “redenção do povo nordestino” e ele confessou que chegou a enfrentar incompreensões nessa batalha.