Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto para a presidência da República, o ex-ministro Ciro Gomes, candidato pelo PDT, causou expectativa, polêmica e críticas ao convocar um pronunciamento, ontem, no qual reafirmou que a candidatura “está de pé” mas rechaçou o que chamou de orquestrações de adversários para sabotar e enfraquecer sua postulação. Ele fez ataques diretos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. Parte dos apoiadores de Ciro Gomes defende o voto em Lula no primeiro turno para que o petista, líder das pesquisas, liquide a fatura o quanto antes. Ao reagir aos ataques de Ciro Gomes, Lula comentou que ele está “surtando”.
O pronunciamento de Ciro foi feito em São Paulo e ele se disse vítima de uma “campanha virulenta” que tenta, segundo acha, fazê-lo desistir da eleição e colocou-se contra o argumento do chamado “voto útil”. Um levantamento divulgado pelo Datafolha na semana passada mostrou Ciro Gomes com apenas 7% das intenções de voto. Na mesma sondagem, Lula apareceu com 47% e Jair Bolsonaro com 33%. Na pesquisa Ipec também divulgada na semana passada, o pedetista ficou com 7%, Lula com 47% e Bolsonaro com 31%. Os analistas políticos consideram que esta tem sido a pior performance do candidato do PDT desde que passou a concorrer à Presidência da República. Ele mesmo chegou a admitir, no curso da campanha este ano, que seria sua última participação na disputa presidencial.
Ciro declarou ontem: “Estou sendo vítima de uma gigantesca e virulenta campanha nacional e internacional para a retirada da minha candidatura. Anotem e leiam meus lábios: nada deterá minha disposição em seguir em frente (…) e denunciar os corruptos, farsantes, demagogos que tentam ludibriar a fé popular com suas falsas promessas”. Frisou que sua candidatura está de pé para defender o Brasil em qualquer circunstância e que seu nome continua posto como “firme e legítima opção, para livrar nosso país de um presente covarde e de um futuro amedrontador”. Ele acentuou, ainda, que há um “estelionato eleitoral” em andamento, referindo-se às candidaturas de Lula e Bolsonaro.