Nonato Guedes
O governador João Azevêdo (PSB) foi o principal alvo das críticas de mais quatro postulantes ao governo que participaram do debate promovido ontem à noite, no Intermares Hall, em Cabedelo, pela TV Cabo Branco, em conjunto com a TV Paraíba, mediado pelo apresentador Hélter Duarte, da TV Globo do Rio de Janeiro. Pedro Cunha Lima (PSDB), Nilvan Ferreira (PL), Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e Adjany Simplício (PSOL) centraram fogo contra o atual governador e sua administração, nos blocos de perguntas e respostas diretas entre os participantes. Azevêdo reagiu apontando “inverdades” dos concorrentes em algumas falas e, ao mesmo tempo, cobrando “coerência” por parte dos concorrentes, citando desinformações da parte de alguns deles sobre a realidade do Estado.
Um dos primeiros a atacar João Azevêdo foi o senador Veneziano Vital do Rêgo, afirmando que de cada dez promessas formuladas pelo então candidato em 2018 pelo menos sete não foram cumpridas até agora no mandato que ele empalma. Em resposta, João Azevêdo afirmou que foi o terceiro governador do Brasil que mais cumpriu promessas e destacou que a Paraíba avançou muito, em termos de equilíbrio fiscal, de geração de empregos, de investimentos em obras de infraestrutura e em setores como a Saúde, além do combate à pandemia de covid-19, que mereceu reconhecimento de órgãos nacionais. João queixou-se, à certa altura, que Veneziano Vital do Rêgo estava confundindo telespectadores e eleitores ao misturar obras federais com obras estaduais, assegurando que o Estado não deixou de fazer sua parte em situações decisivas, promovendo investimentos que beneficiaram segmentos da sociedade.
O governador teve embates duros, também, com Nilvan Ferreira, que o chamou de “pior governador da história da Paraíba” e com o deputado Pedro Cunha Lima, com quem polemizou acerca de emendas que, segundo ele, o parlamentar não repassou para a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Pedro replicou: “Destinei, sim, emendas para a UEPB, mas falo do orçamento da UEPB, assim como o da Assembleia Legislativa, que não faz sentido, e dos gastos do governo do Estado com mordomias”. O candidato do PSDB insistiu em “gastos excessivos” na Granja Santana, residência oficial do chefe do Executivo, e reiterou que vai transformar o imóvel em um parque. Em resposta, Azevêdo afirmou que, diferentemente do passado, “quando servia para festas e churrascadas”, a Granja Santana, hoje, é um ambiente de trabalho e afirmou que os gastos na sua estrutura estão disponibilizados no Portal da Transparência do governo do Estado.
Diante do discurso de Pedro Cunha Lima de que abriu mão do auxílio moradia e de outras regalias como deputado para, em contrapartida, beneficiar entidades sociais e instituições na Paraíba, João Azevêdo rebateu: “É preciso que demonstre isso na prática; acho que você tem um papel importante como deputado e nunca cumpriu esse papel”. O deputado tucano insinuou que o atual governo procura “esconder informações verdadeiras da sociedade paraibana” envolvendo contratos sem licitação, valores de investimentos e até mesmo sobre gastos com propaganda. Um dos momentos tensos do debate ocorreu quando o candidato Nilvan Ferreira insinuou que o governo do Estado estaria omitindo informações corretas sobre irregularidades na aquisição de respiradores pelo Consórcio Nordeste durante a pandemia de Covid-19. O governador deu sua versão dos fatos explicando que irregularidades chegaram a ser cometidas por uma empresa contratada mas asseverando que não houve prejuízos para o erário e que o contrato de aquisição foi rompido.