Nonato Guedes
Os dois principais institutos de pesquisas do país divulgaram simultaneamente suas pesquisas sobre a corrida presidencial. O Datafolha mostrou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 50% dos votos válidos contra 36% de Jair Bolsonaro (PL). Na terceira posição houve uma alteração: Simone Tebet (MDB) passou o candidato Ciro Gomes (PDT). Ela tem 6% da preferência do eleitorado, ele perdeu espaço e marcou 5%. Nos votos totais, Lula teve 48%, enquanto Bolsonaro pontuou com 34%, seguido por Simone Tebet 6% e Ciro Gomes 5%. Brancos e nulos somaram 3% e os indecisos foram 2% do total de entrevistados.
No caso de um eventual segundo turno, o Datafolha informa que o ex-presidente petista teria 54% dos votos válidos, o mesmo índice do último levantamento, e o líder de extrema direita ficou com 38%, um ponto a menos do que na semana passada. Já na pesquisa do Ipec, a vantagem é um pouco maior para o petista. Lula atingiu 51% dos votos válidos, ao passo que Bolsonaro obteve 37%. Ciro Gomes e Simone Tebet estão empatados nesta pesquisa, ambos com 5% das intenções de voto. Soraya Thronicke, do União Brasil, e Felipe D’Avila, do Novo, registram 1% cada.
O presidente Jair Bolsonaro é o único candidato entre os 20 que buscam a reeleição para o Executivo que não está em primeiro lugar na disputa e que não cresceu durante o período oficial de campanha eleitoral. Dos 19 governadores que tentam a reeleição, 18 estão em primeiro lugar na última pesquisa Ipec, muitos deles com larga distância do segundo colocado. O único que não está, Rodrigo Garcia (PSDB-SP) assumiu o governo em abril deste ano, e, diferente de Bolsonaro, registrou crescimento no período eleitoral. A maioria dos candidatos à reeleição também registrou aumento na intenção de votos ao longo da campanha oficial. As exceções são Renato Casagrande (PSB) e Moisés (Republicanos), de Santa Catarina. João Azevêdo, da Paraíba, e Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, oscilaram positivamente dentro da margem de erro, de três pontos percentuais.
Coordenador do Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp), da Fundação Getúlio Vargas, George Avelino afirma que é normal que o candidato que busca a reeleição tenha vantagem em relação aos demais, fenômeno conhecido como “vantagem do incumbente”. Segundo Avelino, pesa neste caso o fato de que os governadores tenham uma grande exposição ao longo do mandato, ao contrário dos demais candidatos. Além disso, ele afirma que o governo tem um papel relevante na vida estadual brasileira e, por isso mesmo, gestões ruins costumam ter obras e políticas para mostrar ao eleitor, principalmente em período eleitoral em que o governador tem maior oportunidade de dialogar com o eleitorado.