Nonato Guedes
A última pesquisa Ipec/TV Cabo Branco antes da eleição em primeiro turno, que ocorre hoje, sinalizou empate técnico entre o ex-governador Ricardo Coutinho (PT) e o deputado federal Efraim Filho (União Brasil) na disputa pelo Senado, ambos com 25% das intenções de voto. Na contagem dos votos válidos, Ricardo oscila para 33% contra 31% de Efraim. A candidata Pollyanna Dutra, do PSB, que se lançou por último na disputa, ganhou mais pontos de vantagem, ascendendo a 16% e, nos votos válidos, chegando a 20%.
O declínio do ex-governador Ricardo Coutinho na corrida é atribuído aos problemas judiciais que ele tem enfrentado desde que se lançou candidato, arrostando uma inelegibilidade decretada pelo Tribunal Regional Eleitoral em análise de processo referente às eleições de 2014, envolvendo abuso de poder político e econômico. Desde a campanha de 2020, quando se candidatou a prefeito de João Pessoa depois de concluir sua passagem pelo governo do Estado, Ricardo Coutinho enfrenta desgaste decorrente, também, da sua citação em escândalos apontados pela Operação Calvário, versando sobre desvio de recursos na Educação e na Saúde na administração estadual. Não obstante, ele não entregou os pontos e se manteve renitente no páreo, apelando para instâncias judiciais a fim de reverter a inelegibilidade.
Essa atitude gerou uma insegurança para os demais candidatos que se apresentam como “ficha limpa” e sem problemas com a Justiça. Mas não abalou Ricardo, que se colocou o tempo todo como vítima de supostas “fake news” espalhadas por adversários e por setores da mídia que lhe seriam hostis. Concorrem, ainda, ao Senado, nas eleições deste ano, Bruno Roberto, do PL, que figurou na última pesquisa com 7% e é apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, o pastor Sérgio Queiroz, do PRTB, com 6%, André Ribeiro, do PDT, com 2% e Alexandre Soares (PSOL) e Manoel Messias (PCO), ambos com 1% cada. Ricardo Coutinho foi, sem dúvida, a figura mais polêmica da campanha eleitoral deste ano e sentiu-se fortalecido com o apoio direto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sempre foi grato a Coutinho por ter tido a solidariedade dele em momentos difíceis como o da sua prisão em Curitiba e quando do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.