Repercute nos meios políticos da Paraíba um áudio vazado em grupos de WhatsApp, no qual o ex-governador Ricardo Coutinho (PT), terceiro colocado na disputa pelo Senado, avaliou como positiva a decisão do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) de aderir à candidatura do deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB), que disputa o segundo turno ao governo contra João Azevêdo (PSB). Para Coutinho, a estratégia beneficia, colateralmente, a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, já que Pedro declarou posição de neutralidade na disputa presidencial no segundo turno, não pedindo votos nem para Jair Bolsonaro nem para Lula.
“Só temos condições de Lula crescer se for no eleitorado de Pedro. O movimento de Veneziano é correto e neutraliza Pedro. Faz com que Pedro esqueça, deixe de lado totalmente a eleição nacional, não permite que Pedro vá para Pedro”, analisou Ricardo, lembrando que a prioridade das forças ligadas a Lula é o aumento da sua votação na Paraíba no segundo turno. O ex-governador criticou o esquema do governador João Azevêdo, insinuando que sua base seria formada por bolsonaristas. “Se Pedro fosse para Bolsonaro, juntamente com a base de João, era o caos”, ressaltou. Na mensagem, Ricardo faz duras críticas a João, ignorando o apoio do ex-presidente Lula à candidatura dele no segundo turno. Acha que Azevêdo “ressuscitou a direita no Estado” por ter se aliado ao grupo Ribeiro, de Campina Grande, que é remanescente do chamado “Grupo da Várzea”, integrado por conservadores ligados a proprietários rurais da Várzea da Paraíba.
Ponderando que apesar de não votar em Pedro acha que seria boa a sua vitória, Ricardo concluiu: “A alternância de poder não faria mal ao Estado. Se eu fosse pensar em mim, era muito mais negócio ele (João) continuar governando. Na verdade, esse cara precisaria ter uma derrota”, finalizou.