Nonato Guedes
Apesar do Instituto Ipec, na sua última pesquisa, ter apontado cenário de empate técnico na disputa ao governo da Paraíba neste segundo turno, um levantamento feito pelo UOL Notícias menciona o atual governador João Azevêdo (PSB) como favorito para vencer as eleições do próximo dia 30 contra o candidato do PSDB, deputado federal Pedro Cunha Lima. O UOL fez o levantamento em cima das pesquisas mais recentes de institutos como o próprio Ipec, Datafolha e Real Time Big Data, dividindo os postulantes da reta final entre “lulistas”, “bolsonaristas” e neutros. Azevêdo é do bloco “lulista” desde o primeiro turno e, no segundo, passou a ser apoiado ostensivamente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto Pedro ganhou o apoio do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que foi o candidato apoiado por Lula no primeiro turno no Estado.
Na verdade – alertam apoiadores do governador João Azevêdo – o empate técnico entre ele e Pedro foi considerado com base na metodologia adotada pelo Instituto de situar a margem de erro em três pontos percentuais, para mais ou para menos, bem como de calcular votos brancos e nulos, que somaram 7% e indecisos, em torno de 4%. Nesse universo específico, ainda assim João figurou com 47% das intenções de voto, e Pedro com 42%. Levando em conta apenas os chamados votos válidos, Azevêdo despontou com 53% das intenções de voto, ao passo que Pedro Cunha Lima situou-se em torno de 47%. No quesito espontâneo, mesmo, João Azevêdo alcançou 40%, contra 35% de Cunha Lima. “Ou seja, ainda que tenha havido acirramento nos percentuais, o atual governador, que concorre à reeleição, é favorito, indiscutivelmente”, revelou uma fonte da campanha do socialista paraibano. No “staff” de João não se acredita que tenha havido reversão espetacular.
Pelo levantamento do UOL, entre os candidatos favoritos nas principais pesquisas nesta rodada decisiva, cinco apoiam a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, cinco estão alinhados ao petista Luiz Inácio Lula da Silva e outros dois declararam neutralidade. As sondagens mostram que o candidato que apoia Bolsonaro é favorito para vencer no Amazonas, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. Já Lula tem a adesão dos líderes nas sondagens em Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Paraíba e Sergipe. Em outros dois Estados, Pernambuco e Rio Grande do Sul, os favoritos na intenção de voto não apoiam nem o candidato do PT nem o do PL na corrida presidencial. Os Institutos Ipec e Real Time Big Data publicaram nos últimos dias pesquisas nos doze Estados onde haverá segundo turno. Já o Datafolha fez levantamento apenas em São Paulo.
Os números usados no levantamento são os de votos válidos, que excluem brancos, nulos e indecisos. As pesquisas têm margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos. A única exceção é em São Paulo, onde as sondagens de Ipec e Datafolha têm margem de erro de dois pontos. Em São Paulo há um confronto dramático entre o ex-prefeito Fernando Haddad, do PT, e o ex-ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, do Republicanos. Freitas, na fotografia de hoje, leva vantagem sobre o ex-ministro da Educação. No Nordeste, onde Lula é considerado líder de votos, como ficou demonstrado no primeiro turno, quatro candidatos estão à frente nas pesquisas: Paulo Dantas (MDB), em Alagoas, Jerônimo (PT) na Bahia, João Azevêdo (PSB) na Paraíba e Rogério Carvalho (PT) no Sergipe. Os Estados onde líderes de pesquisas declararam neutralidade são Pernambuco, onde Raquel Lyra está à frente, e Rio Grande do Sul, com Eduardo Leite, ambos do PSDB.
No que se refere à realidade da Paraíba, o que se afirma nos meios políticos é que a recente pesquisa do Ipec-TV Cabo Branco, por apontar oscilações percentuais, deu uma “chacoalhada” num cenário que parecia condenado à imutabilidade. O próprio esquema do governador João Azevêdo, mesmo confiante na sua liderança até o último dia, partiu para redobrar a vigilância a caminho da última semana para as eleições, concentrando atenções em regiões estratégicas como a da Grande João Pessoa e o Compartimento da Borborema, que é encabeçado por Campina Grande, o segundo maior colégio eleitoral do Estado. Em paralelo, tem sido intensificada a ação política-eleitoral em municípios do Alto Sertão, do Brejo e do Curimataú, dentro da lógica de que qualquer acomodação pode ser fatal para o projeto de poder que está sendo disputado nas urnas desde o primeiro turno, a dois de outubro.