O deputado estadual Jeová Campos, do Partido dos Trabalhadores, disse, ontem, em entrevista à rádio “Arapuan”, que discorda da posição do ex-governador Ricardo Coutinho de declarar neutralidade na disputa pelo governo da Paraíba no segundo turno e anunciou que, pessoalmente, apoia e pede votos para o governador João Azevêdo (PSB), que disputa contra o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB). Jeová integrou a chapa ao Senado encabeçada por Ricardo (PT) na condição de primeiro suplente e que foi derrotada pelo deputado federal Efraim Filho, do União Brasil. Campos explicou que segue a orientação da direção nacional do PT e da direção estadual, presidida por Jackson Macêdo, para apoio a João no segundo turno.
O parlamentar ressaltou que tem divergências com João e que não sentaria à mesa com ele para debater questões administrativas, mas, sim, políticas de Estado, mas reconhece a sua postura afirmativa, apoiando a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República desde o primeiro turno. Jeová, no primeiro turno, fechou com a candidatura do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que estava coligado com o PT, tendo como candidata a vice Maísa Cartaxo, mulher do deputado estadual eleito Luciano Cartaxo, e Ricardo Coutinho ao Senado. Campos revelou que tem participado de eventos políticos na região de Cajazeiras, no Alto Sertão, onde atua. Ele é cogitado para disputar a prefeitura municipal daquela cidade nas eleições de 2024, mas não confirma a pretensão, considerando-se, entretanto, um militante político e de esquerda.
Jeová Campos lamentou episódios da conjuntura política nacional, como a disseminação de “fake news” por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e tentativas de intimidação da Justiça por figuras como o ex-deputado federal Roberto Jefferson, do PTB. “É lamentável – salientou – que a Justiça tenha que intervir para frear essa avalanche de mentiras, mensagens de ódio e de calúnia que têm sido disseminadas pelas redes sociais e veiculadas em emissoras que são concessão pública e jamais poderiam fugir à verdade, nem tampouco se transformar em palanque político-eleitoral”. Acrescentou: “Isto não é uma censura, mas um enfrentamento necessário e oportuno porque a disseminação de mentiras, de ataques virulentos à honra de qualquer cidadão e às instituições constituídas não é liberdade de expressão, mas um crime”.
Para ele, alguns meios de comunicação estão expondo diuturnamente a população a todo tipo de desinformação com roupagem de jornalismo, incluindo fake news direcionadas contra o sistema eleitoral, ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, candidatos adversários e pessoas a estes ligadas. “É um fato muito grave e não pode ser permitido. O que há é uma proliferação de mentiras, de incitação ao ódio e intolerância também”.