O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), será o coordenador da equipe de transição do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos próximos dois meses. O grupo deverá se instalar na sede do Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, e se manter na ponte aérea com São Paulo. O anúncio foi feito nesta tarde pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, após encontro com Lula e outros coordenadores da campanha em um hotel de São Paulo. Os petistas tencionam acelerar o processo de transição para evitar qualquer problema por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL). O PT não espera ajuda na transição de governo e teme sabotagem por parte de Bolsonaro.
De acordo com Gleisi, ela e o ex-ministro Aloízio Mercadante (PT) deverão compor a equipe da coordenação chefiada por Alckmin. O vice eleito foi escolhido em especial por seu perfil de centro. Para petistas, o ex-tucano tem a imagem e o perfil do governo de conciliação que o grupo quer formar neste primeiro momento. “A gente já mostrou isso (intenção de formar um grupo pluripartidário) durante a campanha quando a gente fez essa frente ampla. Ele é o vice-presidente eleito, tem mais do que legitimidade para isso”, afirmou Gleisi. O grupo já deve fazer reuniões na quinta-feira com a gestão Bolsonaro. Ela deverá ligar ainda hoje para Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil de Bolsonaro e marcar um encontro, tendo como primeiro assunto da pauta o orçamento do ano que vem, decidido pelo Legislativo atual.
O grupo petista deverá ter 50 pessoas, entre políticos, técnicos e servidores. Ela reforçou ainda que os nomes indicados não serão necessariamente ministros do novo governo, assunto a ser decidido para quando Lula voltar de uma viagem de lua-mel à Bahia nesta semana. Internamente, o PT não espera qualquer facilitação da gestão atual no acesso a dados e informações. Com Lula liderando as pesquisas desde o ano passado e as diversas ameaças do presidente em não aceitar o resultado, o partido se prepara há meses para fazer uma transição praticamente sozinho. Para a cúpula petista, já está dado que Bolsonaro só deverá fazer o que a lei manda – e de jeito protocolar e mal feito. Não obstante, o ministro da Saúde, o paraibano Marcelo Queiroga, declarou que a Pasta estará à disposição do novo governo para a transição. O médico paraibano foi bastante criticado por Lula e pela campanha do PT pela condução de ações durante a pandemia de covid-19.