Segundo uma reportagem do site “Congresso em Foco”, o atual presidente da Câmara, Arthur Lira, do PP-AL, caminha para ter uma vitória arrasadora na disputa à reeleição em fevereiro de 2023. Ele aguarda declaração oficial de apoio do PT à sua recondução, junto com o PV e o PCdoB que fazem parte da federação Brasil da Esperança, formada nas eleições de 2022 para atuar nos próximos quatro anos como se fossem uma única legenda. Além do partido do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o PSB, do vice Geraldo Alckmin, também deve apoiar a reeleição do deputado alagoano.
Caso a aliança com a federação encabeçada pelo PT e PSB seja oficializada, Lira terá o apoio declarado ou sinalizado de 16 partidos, que somam 429 deputados, o equivalente a 83% da Câmara. Em tese, o amplo leque garante uma vitória acachapante para o deputado do PP, principal distribuidor dos recursos do chamado orçamento secreto. Já estão com Lira o PP (47 deputados), o União Brasil (59), o Republicanos (41), o PDT (17), o Podemos (12), o PSC (6), o Patriota (4), o Solidariedade (4), o Pros (3) e o PTB, com 1. O PL, com 99 cadeiras, e o PSD, com 42, ainda não formalizaram o apoio ao líder do Centrão, mas a tendência é que também apoiem sua recondução ao cargo.
A aliança do PT com Lira está associada ao apoio do deputado à aprovação da chamada PEC da Transição, que autoriza o governo a gastar com o Auxílio Brasil, que passará a se chamar Bolsa Família. A decisão deve ser confirmada em reunião da bancada petista e, posteriormente, da federação. Lira prometeu dar celeridade à proposta assim que ela for enviada pelo Senado. O deputado José Guimarães, do PT-CE, afirmou à CNN Brasil que Lira tem o compromisso de que o texto que sair do Senado será votado imediatamente pela Câmara, quanto à PEC da Transição.
– Começamos a dialogar com ele (Arthur Lira) sobre nossa participação na reeleição dele, tendo em vista os interesses do governo Lula. Nesta semana poderemos fechar essa construção e, evidentemente, anunciar a posição oficial do PT – completou o deputado, que é vice-presidente do PT. O ex-presidente Lula prometeu que não se envolverá na disputa à presidência da Câmara para evitar eventuais problemas políticos no Congresso. Sem alternativa, os petistas consideram inevitável a aproximação com Lira. Do contrário, o futuro governo corre o risco de começar isolado. Além do apoio à PEC da Transição, os petistas também reivindicam de Lira o comando da Comissão de Constituição e Justiça, a mais poderosa da Casa e pela qual passam obrigatoriamente projetos de lei e propostas de emenda à Constituição.