A equipe de transição do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que levanta os dados sobre a situação do Ministério da Saúde, pretende concluir, hoje, um relatório parcial, no qual não faltam críticas à gestão do médico paraibano Marcelo Queiroga, que ocupa a Pasta. O quadro é considerado grave em vários pontos, mas é especialmente preocupante quanto ao controle de medicamentos e insumos. A gestão atual do Ministério decretou sigilo sobre o estoque.
Além disso, constatou-se o mais puro descontrole sobre o material. Não se sabe, por exemplo, quantas doses de vacinas contra a covid-19 estão disponíveis nos Estados para dar prosseguimento à campanha de imunização. Para conseguir essa informação, a equipe de transição pediu a ajuda do Tribunal de Contas da União, que se dispõe a buscar os dados sobre quantidade de vacinas com os Tribunais de Contas dos Estados. O acórdão que oficializa a parceria será publicado em breve. Há, também, a omissão da Pasta na questão das síndromes pós-covid, ou seja, o tratamento dos pacientes que tiveram sequelas depois de curados da doença.
Na sexta-feira, 25, o ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que integra a equipe de transição, já tinha adiantado que há evidências e documentações que apontam para crimes e omissões graves. Citou problemas com a falta de regulamentação das Organizações Sociais, que são entes privados contratados para prestar o serviço em utilidades públicas de Saúde. Criticou também a “anticampanha” que o governo fez para desestimular a vacinação contra a covid. Questão que demanda uma solução urgente é o fechamento de 437 leitos nos seis hospitais federais do Rio de Janeiro, por conta dos contratos de profissionais terceirizados que se encerraram e não foram renovados. Algumas dessas unidades são destinadas a procedimentos de alta complexidade. O relatório final da equipe de transição da Saúde será entregue ao presidente eleito no próximo dia 12.