A senadora paraibana Nilda Gondim (MDB) revelou-se emocionada ao proferir seu discurso de despedida, ontem, da Casa. Ela não foi candidata à reeleição nem disputou qualquer outro mandato eletivo este ano e relatou ter apresentado 23 projetos de lei e subscrito 29 Propostas de Emenda à Constituição, conseguindo ajudar o Parlamento na redução da desigualdade, na defesa de crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência e no avanço dos direitos das mulheres. Mãe do senador Veneziano Vital do Rêgo, que é primeiro vice-presidente do Senado, Nilda afirmou:
– Venho hoje a esta tribuna para realizar o meu último discurso como senadora da República e como política (…) Todos nós sabemos que a política tem o condão natural de proporcionar uma espécie de satisfação rara. O prazer de contribuir de forma efetiva e em grande escala para a melhoria de vida das pessoas. Desafio os colegas a mencionar satisfação maior do que ver as nossas ações políticas colocarem comida no prato de famílias carentes, levarem remédios e tratamentos médicos para aqueles idosos que anteriormente aguardavam penosamente em filas de hospitais por um atendimento digno, levarem crianças e adolescentes a seguirem alegremente para as escolas na esperança de um futuro cheio de oportunidades.
Nilda Gondim tomou posse no Senado em 12 de janeiro de 2021. Ela era a primeira suplente do então senador José Maranhão (MDB-PB), que estava doente na época e acabou falecendo vítim de covid-19 quando ainda estava licenciado do mandato para tratamento. “Lamentavelmente, a covid-19 abreviou a vida do senador José Maranhão e coube a mim, em um instante de grande tristeza e pesar do povo paraibano, a tarefa de honrar a cadeira que restara vaga nesta Casa. Quero consignar a minha homenagem ao senador José Maranhão e registrar que foi uma honra dividir o mandato com esse grande político brasileiro”, disse Nilda ao registrar, no Plenário, a presença de Fátima Maranhão, desembargadora viúva do senador.
Empresária, Ozanilda Gondim Vital do Rêgo foi deputada federal entre 2011 e 2015, também atuou como presidente do Núcleo do MDB Mulher na Paraíba e foi presidente regional do partido em Campina Grande. “Em minha iniciação no Poder Legislativo Federal, busquei cumprir com altivez a missão que me fora confiada pelo povo paraibano. Fui reconhecida com o prêmio de Parlamentar mais atuante por uma importante publicação da Editora Abril e tive a honra de ter aprovado o PL que se transformou em Lei e estabelece prioridade de tramitação aos processos de adoção em que o adotado for criança ou adolescente com deficiência ou com doenças crônicas”, lembrou Nilda.
Acrescentou que tem orgulho de integrar a Bancada Feminina do Senado, da qual chegou a ser vice-líder. A senadora lembrou que conseguiu, por meio de emendas ao Orçamento, R$ 5,5 milhões para levar o Programa Casa da Mulher Brasileira para o Estado da Paraíba. “A nossa luta por igualdade ainda está longe do fim, mas a cada dia estamos mais próximos de um cenário em que a misoginia e os vestígios de uma cultura patriarcal deixarão de impactar nas vidas de todas as brasileiras. Tenho certeza de que cumprimos a nossa missão de reduzir a distância para a materialização dessa sonhada realidade”, pontuou. A senadora recebeu elogios de diversos parlamentares que apartearam seu discurso de despedida, como Simone Tebet (MDB-MS) e Mara Gabrilli (PSDB-SP).
O senador Eduardo Braga (AM) disse que a família de Nilda tem trajetória vitoriosa na vida pública e política. “Não posso deixar de destacar também o brilhantismo da formação política, de caráter e de personalidade que a senhora forjou no seio de sua família e no seio da vida pública e da família de vossa excelência”, disse Braga. A senadora Zenaide Maia disse que a colega é exemplo para a população da Paraíba. “Nilda descobriu logo cedo que a maneira mais eficaz de ajudar o seu povo era através da política, porque, por mais que fosse essa mãe carinhosa e que o esposo já fosse político – ela o acompanhava – Nilda descobriu que precisava, sim, da presença feminina. Você vai fazer muita falta”, afirmou Zenaide.