O advogado e colunista político Rui Galdino, em artigo no “Polêmica Paraíba”, afirma que o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PT), não está morto politicamente, aludindo ao fato de que ele perdeu as eleições para senador este ano, além de ter se desgastado com denúncias surgidas contra ele no âmbito da Operação Calvário versando sobre desvio de recursos públicos da Saúde e da Administração no período em que comandou o Executivo. Segundo Galdino, Ricardo não está fora do foco político paraibano e nacional, “pois é um político diferente, tem luz própria, decisões firmes, coragem para enfrentar adversidades e sabe fazer política como ninguém”.
Lembra o advogado que o ex-governador, até então, não tem nenhuma condenação jurídica contra ele e vem enfrentando as adversidades “de cabeça erguida, dizendo não ter nada a temer”. Na sequência, o colunista faz um vaticínio: “Ricardo Coutinho vai ser ministro e sucessor de Lula na presidência da República”. Rui Galdino acrescenta que Ricardo, “mesmo contra a sua vontade”, porém, obedecendo a uma convocação de Lula, já se encontra morando em Brasília há cerca de 30 dias e, por lá, a previsão é ficar por muito tempo”. Até o momento, escreve Rui, “o mago está calado e evitando o acesso da mídia, pois sabe da sua missão e do que vem pela frente no governo de Lula III. Em breve será nomeado ministro e, depois, só o tempo vai continuar escrevendo essa história”. O advogado não esconde sua admiração pela trajetória política de Ricardo.
No começo deste mês, o presidente estadual do PT, Jackson Macêdo, chegou a admitir que a seção paraibana petista poderia indicar o nome do ex-governador para integrar a gestão federal a partir de janeiro de 2023. Jackson justificou que Ricardo “tem capacidade técnica para assumir qualquer cargo federal” e ainda aludiu à boa relação de Ricardo com Lula. A deputada estadual Cida Ramos, por sua vez, também se mostrou confiante. “O PT da Paraíba terá um espaço, sim. Estamos discutindo nomes para cargos federais. O ex-governador Ricardo Coutinho tem uma relação política e também de amizade com o presidente Lula. Ele vai ter um espaço, sim, no governo federal, não é nem aqui na Paraíba, é um espaço nacional, do que meramente um cargo na Paraíba. Isso já foi sinalizado a ele”, informou Cida numa entrevista à rádio Jovem Pan.
Desde que deixou o governo do Estado, passando o cargo ao sucessor, João Azevêdo, Ricardo Coutinho acumula duas derrotas consecutivas nas urnas em seu currículo – como candidato a prefeito de João Pessoa em 2020 e como candidato ao Senado em 2022. Neste último pleito, concorreu o tempo todo na condição de inelegível, mas lançando mão de recursos judiciais para tentar se manter no páreo. No primeiro turno das eleições de 2022, Lula pediu votos na Paraíba para o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), candidato ao governo, e para Ricardo Coutinho, candidato ao Senado. No segundo turno, o presidente eleito compôs-se com a candidatura do governador João Azevêdo (PSB), que foi vitorioso. Especula-se que Ricardo, ao invés de um ministério, possa vir a ocupar um cargo à frente de órgão público ou autarquia com sede no Nordeste, em capitais como Fortaleza e Recife, mas a versão de que ele já está residindo em Brasília alimenta outras especulações sobre aproveitamento na gestão de Lula.
Com 21 ministros já anunciados, o presidente eleito Lula deve divulgar mais nomes amanhã. Ainda falta oficializar 16 chefes para as pastas de seu governo. Entre as pastas não oficializadas figura o ministério do Meio Ambiente, para o qual é cogitada a ex-senadora Marina Silva, da Rede. O possível destino da senadora Simone Tebet (MDB), ex-candidata à presidência da República, é o ministério das Cidades, que é disputado, também, pelo União Brasil. As versões são de que o União Brasil poderá ficar com o ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Simone Tebet, que apoiou Lula no segundo turno, chegou a ser cogitada para o Planejamento e Orçamento. O economista André Lara Resende, um dos criadores do Plano Real e integrante da equipe de transição, também foi sondado, mas teria recusado.