Nonato Guedes
O senador paraibano Veneziano Vital do Rêgo (MDB), vice-presidente do Senado Federal, afirmou ao colunista que se mantém confiante no papel relevante que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exercerá, uma vez investido novamente no cargo, para restaurar as práticas democráticas no Brasil que, a seu ver, têm sido constantemente colocadas em xeque pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), em fase de conclusão. “O presidente Lula tem o condão de restabelecer a democracia, pela sua história de vida e como protagonista de uma eleição em que saiu vitorioso, merecendo a confiança da maioria para reconduzir o país aos trilhos almejados”, enfatizou o parlamentar, explicando que, por óbvio, reafirma seu compromisso de apoio às mudanças que, com certeza, serão implementadas na nova gestão.
Veneziano deplorou a orquestração de atos de terrorismo sob o patrocínio de ativistas radicais apontados como seguidores do ainda presidente da República, alertando que tal cenário não deixa de ser preocupante, mas será debelado graças às iniciativas que o presidente eleito e equipe já estão tomando, em conjunto com organismos de investigação policial especializados no desbaratamento de ações de violência política. Por outro lado, menciona como extremamente importante a solidariedade internacional que tem sido manifestada, no bojo do repúdio ao incitamento à desobediência por parte do mandatário em fim de mandato. “Os extremistas não passarão, porque a própria sociedade está mobilizada para deter a escalada de grupos minoritários inconformados com a vontade expressa livremente pelas urnas”, adiantou Veneziano Vital. Ele citou que um dos desafios da terceira gestão de Lula será romper a barreira do isolamento internacional a que o Brasil foi submetido na Era Bolsonaro.
O parlamentar, que foi candidato ao governo da Paraíba no primeiro turno, quando teve o apoio declarado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acredita no impacto das políticas públicas sociais e econômicas que serão postas em execução pelo governo petista, possibilitando concretamente a reconstrução do Brasil, que teria sido atingido em suas potencialidades e nos projetos de desenvolvimento e emancipação do povo. Esse desmonte, afiança ele, será superado pelo governo Lula, a partir do diagnóstico que tem, repassado pela sua equipe de transição, sobre os inúmeros pontos vulneráveis da administração de Bolsonaro, bem como sobre a herança catastrófica legada pelo atual governo, com o desmantelamento de vários setores importantes da estrutura da sociedade brasileira. “Não será um trabalho fácil, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma presença marcante no comando das decisões ou das iniciativas que precisam ser tomadas para o resgate de avanços e conquistas da população”, avalia o vice-presidente do Senado.
Veneziano referiu-se ao empenho do presidente eleito junto ao próprio Congresso Nacional para assegurar recursos que viabilizassem o pagamento e a ampliação do Auxílio Brasil, que será novamente convertido em Bolsa Família, com um alcance social efetivo. Da mesma forma, prevê a retomada de projetos essenciais em diversos setores de atividade, devolvendo ao Brasil uma situação de normalidade que não foi registrada nos últimos anos devido à incúria e omissão, combinadas com a falta de planejamento, por parte do governo que está findando. Veneziano é otimista, também, quanto à retomada de investimentos no Nordeste, com valorização das pautas reivindicatórias desta região, salientando que este compromisso tornou-se latente ou explícito durante a campanha eleitoral, lastreado pela votação expressiva que Lula alcançou no semiárido, justamente pela sua identificação com os problemas do Nordeste. De sua parte, atuará para que a bancada do MDB no Senado coopere com as ações do governo Lula. E em relação ao governo João Azevêdo (PSB), garante que lutará pelas causas de interesse da Paraíba. “Sei separar muito bem as divergências políticas”, externou.
O senador Veneziano Vital do Rêgo foi um dos primeiros emedebistas no país a hipotecar apoio á candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mantendo essa postura mesmo quando o seu partido lançou a candidatura própria da senadora Simone Tebet, cujo apoio a Lula no segundo turno foi considerado decisivo para sacramentar a vitória do petista. Tebet, finalmente, acertou os ponteiros com Lula e está confirmada no ministério do Planejamento do próximo governo. “Tenho uma boa relação com a senadora Simone Tebet, que considero um quadro político dos mais qualificados, daí ser justa a sua convocação para o ministério. A postura de apoio a Lula já no primeiro turno foi uma decisão amadurecida por vários diretórios do partido e a própria Simone, no segundo turno, reforçou tal posicionamento”, analisa Veneziano. Ele concluiu dizendo que a escolha de Simone Tebet para um ministério estratégico como o do Planejamento valoriza o plantel de ministras e ministros que juntamente com o presidente levarão a cabo a tarefa da reconstrução nacional.