De volta à Câmara Federal, o deputado Lindbergh Farias ensaia uma volta por cima dentro do Partido dos Trabalhadores e será um dos quatro líderes do partido em rodízio estipulado para comandar a bancada. Natural de João Pessoa mas com atuação política no Estado do Rio, ele assumirá o mandato com um crescente prestígio dentro da legenda, conforme a revista “Veja”. Em acordo firmado esta semana, acertou-se que o comando da sigla na Casa terá rodízio anual.
Em 2023 assume o deputado Zeca Dirceu, filho do ex-ministro José Dirceu e deputado pelo Paraná, que será seguido nos próximos anos por Odair Cunha (MG), Lindbergh (RJ) e Pedro Uczai (SC). Embora faça parte hoje de uma ala minoritária do Partido dos Trabalhadores, o grupo Resistência, Lindbergh vive atualmente a coroação de sua ressurreição política após anos de derrotas. Ele é cotado, inclusive, para substituir a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, cujo mandato se encerra em dezembro deste ano.
Eleito senador pelo Rio de Janeiro em 2010, Lindbergh Farias concorreu ao governo do Estado em 2014 e perdeu a disputa, ficando em quarto lugar. Em 2018, foi derrotado na corrida à reeleição, perdendo a vaga para Flávio Bolsonaro – o petista ficou em quarto lugar. Lindbergh também chegou a ser alvo da Operação Lava-Jato após o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmar em delação que o parlamentar havia recevbido dois milhões de reais de forma irregular para sua campanha ao Senado. O Ministério Público e a Polícia Federal acabaram pedindo o arquivamento do inquérito e, em 2017, a decisão foi confirmada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
Sem mandato, Lindbergh concorreu e venceu, em 2020, a disputa para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro.Ele ganhou notoriedade nacional em 1992 quando liderou o movimento dos jovens “cara-pintadas” pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, que acabou sendo afastado do cargo e substituído pelo presidente Itamar Franco.