Inquérito civil instaurado pelo Ministério Público Federal vai investigar o cardiologista paraibano Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde, pela suposta prática de improbidade administrativa. A investigação alcança, também, o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, a ex-ministra da Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Henrique Fraga Araújo. Os investigados teriam usado as aeronaves oficiais, pertencentes à Força Aérea Brasileira (FAB) para o transporte de parentes, pastores e lobistas.
A portaria foi publicada no Diário Eletrônico do MPF e conforme revelou o jornal “Folha de São Paulo” o ex-ministro Marcelo Queiroga teria dado carona para sua esposa, filhos e outros parentes em pelo menos 20 voos com aviões da FAB entre 25 de março e 8 de agosto de 2021. Queiroga foi considerado um dos mais fiéis colaboradores do ex-presidente Jair Bolsonaro e recusou a possibilidade de assumir projetos políticos na Paraíba para permanecer até o fim na pasta da Saúde. Ele foi investido no cargo em substituição ao general Eduardo Pazuello, que enfrentou fortes críticas e acusações de postura negacionista e omissão durante o enfrentamento à pandemia de covid-19 no país.
Por outro lado, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a inclusão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito sobre a autoria dos atos golpistas que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. A Corte acatou o pedido da Procuradoria-Geral da República, cujo entendimento é que o ex-presidente é suspeito de incitação ao crime após ter postado vídeo questionando as eleições dias depois dos ataques terroristas. Três horas depois, ele deletou a publicação.
Pelo fato de Bolsonaro estar fora do país, Moraes afirmou que o pedido de interrogatório do ex-presidente será apreciado posteriormente, “em momento oportuno”. A PGR apresentou, ontem, pedido para incluir Bolsonaro na investigação depois de receber uma representação assinada por mais de 80 integrantes do Ministério Público Federal, cobrando uma investigação contra o ex-presidente por incitação ao crime.