O ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PT), disse ter informado à Vara da Infância que sua ex-mulher, Pâmela Bório, levou o filho de 12 anos do casal para os atos golpistas em Brasília no dia oito. Coutinho foi governador da Paraíba entre 2011 e 2019 e é aliado político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, inclusive, pediu votos para sua candidatura ao Senado nas eleições do ano passado. Um comunicado distribuído pela defesa do ex-governador explica que o casal briga na Justiça pela guarda do filho.
“A ação judicial que se discute a guarda do filho já existe. Inclusive, em primeiro grau, houve sentença condenando a genitora em prática de alienação parental, baseando-se nas provas contundentes apresentadas ao processo. No entanto, em sede de recurso, a relatora reformou a sentença para conceder a guarda compartilhada, alternando a residência do menor a cada 15 dias. Diante desse julgamento em segundo grau, nós recorremos ao STJ, visando que seja reformado o acórdão para que se mantenha na íntegra a sentença de primeiro grau, no sentido de permanecer a guarda unilateral em favor do genitor. Diante dos últimos acontecimentos, eu só fiz peticionar nos autos informando do grave crime cometido pela genitora, levando o menor a ser paertícipe do ato delituoso”, afirmou Anna Carla Lopes, advogada de Ricardo.
A reportagem do UOL procurou o ex-governador Ricardo Coutinho para comentar o assunto, mas ele disse que não iria falar sobre o andamento do processo de guarda para preservar a privacidade do filho. Pâmela Bório, que foi primeira-dama da Paraíba entre 2011 e 2015, quando se divorciou de Ricardo, publicou vídeos nas redes sociais em meio aos antidemocráticos ocorridos em Brasília. Ela chegou a usar óculos e máscaras na tentativa de evitar os efeitos do gás lacrimogêneo que a polícia atirou contra os invasores. E disse em um vídeos publicados na rede social: “não vamos entregar o nosso país sem luta”. Após internautas identificarem Pâmela nos atos, o perfil dela no Instagram foi excluído. Em nota a veículos locais, Pâmela afirmou que estava cobrindo a manifestação como jornalista e negou ter levado o filho aos atos.