O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a primeira reunião com reitores de universidades e institutos federais, hoje, no Palácio do Planalto, para criticar a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Educação. Entre os presentes estava o reitor da Universidade Federal da Paraíba, Valdiney Gouveia, que era tido como bolsonarista e foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro apesar de não ser o mais votado na lista tríplice da comunidade acadêmica. Lula cumpriu uma promessa de campanha e convidou os docentes no primeiro mês de governo. Ele reforçou que tais encontros foram suspensos na gestão do seu antecessor.
“Estamos começando um novo momento. Eu sei do obscurantismo que vocês viveram nesses últimos quatro anos. E eu quero dizer que estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade de um novo tempo”, pontuou o mandatário. O ministro da Educação, Camilo Santana, lamentou o que chamou de “desmonte” da educação e já admitiu que algumas metas não poderão ser batidas, dadas as condições. Entre os compromissos firmados com os reitores o ministro prometeu formar o novo Plano Nacional de Educação, criar o Sistema Nacional de Educação, nomear todos os reitores eleitos pelos pares, retomar as mais de quatro mil obras paralisadas em todos os níveis educacionais e reajustar as bolsas de Capes.
Segundo Camilo Santana, “temos de olhar a educação de uma forma sistêmica, desde a creche à pós-graduação. Apenas um terço das crianças aprende a ler e escrever na idade certa, o que compromete todo o ciclo”. Lula lembrou que na sua primeira gestão, ele e o ministro da Educação, Fernando Haddad, atual titular da Fazenda, criaram o hábito de se reunirem com os representantes das universidades pelo menos uma vez por ano para ouvir reivindicações e debater projetos. “O encontro com vocês é o encontro da civilização. Eu nunca consegui compreender qual era a dificuldade que um presidente da República tinha de se encontrar com reitores uma vez por ano. A única explicação era medo de que vocês iam fazer reivindicações”, frisou. Salientou, ainda, que haverá autonomia educacional para as decisões dos reitores e das universidades.