Uma reportagem do “Poder360” revela que o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), é favorito para se reeleger no dia primeiro de fevereiro e já conta com o apoio de vinte partidos para ser reconduzido por mais dois anos no cargo. A chapa encabeçada por Arthur Lira reunirá PT e PL, as duas maiores bancadas da Casa, além de Republicanos, União Brasil, MDB e PSD. O atual presidente é favorito e tem como único adversário o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), cuja candidatura é encarada nos meios políticos como “simbólica”.
A eleição pelo comando da Câmara na quarta-feira movimenta todo o Parlamento e as negociações de cargos na Mesa Diretora incluíram um acordo entre o Republicanos e o PL, que também envolveu a eleição no Senado. A primeira vice-presidência ficará com Marcos Pereira, presidente nacional do Republicanos. A segunda vice-presidência será de Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) abriu mão da primeira vice-presidência, apesar de ter a maior bancada, em troca de ter o apoio da bancada do Republicanos na eleição do Senado. Na Casa Alta, o PL lançou o ex-ministro e senador eleito Rogério Marinho (RN) contra Rodrigo Pacheco (PSD), que pleiteia a reeleição.
Para os cargos de primeira e segunda secretarias, a chapa de Arthur Lira terá, respectivamente, Luciano Bivar, presidente do União Brasil, e Maria do Rosário (PT-RS). Os cargos de terceira e quarta devem ficar com deputados do PSD e MDB, ainda a ser definidos. Nas últimas semanas, o atual presidente da Câmara intensificou as agendas na residência oficial e promoveu uma série de reuniões com deputados de bancadas estaduais e temáticas, com a participação de alguns governadores. Com o slogan “Compromisso com o Brasil”, promoveu cafés da manhã, almoços e jantares de relacionamento e articulação. Na quinta-feira, 26, recebeu políticos do Rio de Janeiro, Pará e São Paulo. O governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e os deputados federais eleitos pelo Estado jantaram na residência oficial de Lira. Os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) compareceram.
A vitória de Arthur Lira é dada como certa pelos aliados. Ele reuniu apoios de 20 legendas, a maioria anunciados ainda em 2022. Por último, conquistou o Avante, que até então era a dúvida. O presidente da Câmara busca uma vitória expressiva para aumentar sua vantagem na negociação de projetos com o governo. Conforme o “Poder360” mostrou, Lira cogita cruzar os braços para pautas do governo do presidente Lula no dia seguinte à eleição para o comando da Casa. Não haverá ato hostil contra o Executivo, mas a intenção de Lira é mostrar ao Planalto que precisará ceder espaço a uma indicação de seu grupo político na Esplanada dos Ministérios para assegurar votos do Centrão. Para ter a força que deseja junto ao governo petista, Lira precisa de uma vitória significativa na Câmara. Aliados contam que o deputado deve ter mais de 400 votos dos 513 possíveis para ser reconduzido ao cargo.
O atual presidente da Casa não tem medido esforços para aumentar ainda mais sua popularidade e influência sobre seus pares. Ele distribuiu 263 cargos a mais para partidos aliados por conta de uma mudança nas regras de cargos em lideranças partidárias. Também aumentou o valor do complemento do auxílio-moradia dos congressistas de R$ 1.747 para R$ 4.148,80. Em 2021, Lira foi eleito presidente da Câmara com 302 votos. Na época, seu principal adversário era Baleia Rossi (MDB-SP), que recebeu 145 votos. No comando da Casa, o congressista foi aliado do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e fez campanha por sua reeleição. Passado o pleito que elegeu Lula, Lira foi uma das primeiras personalidades políticas a reconhecer a vitória do petista.