Nonato Guedes
Ao participar, ontem, da abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa, o governador João Azevêdo (PSB) falou dos avanços conquistados na sua administração e enfatizou, sobretudo, a perspectiva de cenários ainda mais promissores para o desenvolvimento da Paraíba, tendo conclamado a classe política a somar esforços “para que prevaleça em nosso trabalho o interesse comum, o bem-estar da população que endossou nossos mandatos”. Esse mutirão, na definição do governador, é uma espécie de “mantra civil”. Num governo democrático, conforme ele, não deve importar a sigla partidária ou o lustre ideológico, mas predominar o interesse público, “daí a necessidade de prestação de bons serviços, atrelados ao papel mediador do Estado”. A fala do chefe do Executivo expressou uma profissão de fé e de confiança arraigada no novo tempo que descortina para o progresso deste Estado.
– A hora é agora, repito, com a ênfase de quem precisa olhar o cenário de forma macro e em longo prazo. Plantamos, adubamos e regamos para poder colher bons frutos nas safras que se avizinham. E tudo orgânico, sem agrotóxico – comparou João Azevêdo, garantindo que o terreno está propício para os novos ares desenvolvimentistas. “A crise sanitária e as nuvens carregadas da política nacional não impediriam a Paraíba de seguir trilhando em marcha acelerada, fazendo ressoar a quem quisesse ouvir: entramos no jogo para ganhar, para viver melhor e avançar sem recuos”. Os índices alcançados pela Paraíba nos últimos anos, de acordo com o governador, servem de estímulo e atuam como cartões de visita aos que descortinam mercados e buscam ambientes seguros para novos negócios. “Na avaliação de observadores independentes, somos o Estado mais competitivo do Nordeste, abrindo portas para a chegada de novas empresas e empregos”, pontuou Azevêdo, sem disfarçar o seu profundo entusiasmo diante da conjuntura auspiciosa.
O presidente do Consórcio Nordeste observou que o Tesouro Nacional tem atestado a eficiência fiscal, outorgando à Paraíba a chancela de “Rating A”, o que significa que o Estado é bom pagador e tem elevada capacidade de endividamento. Ao mesmo tempo, de janeiro de 2019 a outubro de 2022, a Paraíba abriu 35.876 empresas, fez surgir 181.389 microempreendedores e gerou um saldo de 67 mil novos postos de trabalho com carteira assinada, proporcionado pela chegada de centros de distribuição e atração de empresas de porte, não só do Brasil mas do exterior. Para impulsionar esse “desenvolvimento irreversível”, foram investidos quase 9 bilhões de reais, aplicados em infraestrutura, estímulo financeiro e logística. Apenas em microcrédito, através do “Empreender Paraíba” foram concedidos R$ 80 milhões, ativando cadeias produtivas por todas as regiões. O desempenho na economia colocaria os setores industrial e de serviços, apenas em 2022, com o crescimento do PIB da Paraíba acima da média do Brasil e do Nordeste, segundo o Banco Santander. O Estado saiu de 1,2% em 2018 para 3,4% em 2022, representando um crescimento duas vezes maior que o do Nordeste e do Brasil, no mesmo período.
A fala do governador aos deputados reflete a guinada de 360 graus na conjuntura que, por extensão, favorece amplamente a Paraíba. O presidente da República, agora, é Luiz Inácio Lula da Silva, com quem João Azevêdo dialoga porque foi aliado de campanha e teve dele o apoio no segundo turno da disputa eleitoral em 2022. O próprio governador é presidente do Consórcio Nordeste e tem assento, agora, no Conselho da Federação, onde pontificam o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e representantes categorizados de outras regiões. No ministério do presidente Lula, as portas estão abertas para o Nordeste, dada a presença de cerca de nove ex-governadores, colegas de João Azevêdo, em ministérios estratégicos. A interlocução passa, também, pela bancada federal paraibana, coordenada, agora, pelo deputado Damião Feliciano, do União Brasil. O chefe do Executivo se permitiu até uma licença poética ao dizer, no discurso de ontem: “Estou aqui como governador, mas também como cidadão, de mente e coração abertos para o amanhã que se anuncia, com a alma transbordando de esperança em dias mais felizes e produtivos para todos nós, paraibanos, nordestinos, brasileiros”.
Para João Azevêdo, os números que ele apresentou na sua prestação de contas ao Poder Legislativo do Estado são robustos e eloquentes, “testemunhos da melhoria de vida das pessoas”. A seu ver, a população deseja e exige a continuidade da postura que tem sido adotada, facilitando, inclusive, uma “boa ambiência política, dentro de espaços diversificados, independentes e respeitosos”, e o exemplo maior está traduzido na recondução dele à chefia do Poder Executivo, denotando reconhecimento pelo muito que já foi feito e pelo muito que ainda poderá ser feito. No resumo da ópera, João foi enfático: “A principal missão de um governante é trabalhar incansavelmente para elevar a qualidade de vida da população. Ações, projetos ou programas do governo da Paraíba têm tido essa preocupação, trazendo em sua genética a função ordenadora aos que dependam do esforço e do comprometimento de quem faz a administração pública”. Foi a senha para anunciar a chegada do “novo tempo”.