Nonato Guedes
Cumprindo o que prometeu na campanha eleitoral em 2022, o governador João Azevêdo (PSB) vem dando partida a gestos e ações que visam a imprimir a marca municipalista na nova gestão para a qual foi reconduzido em segundo turno. A escolha do líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Chico Mendes, natural de Cajazeiras e representante do Alto Sertão, é um dos exemplos dessa estratégia política do chefe do Executivo. Além da confiança pessoal no nome escolhido e do prestígio conferido ao seu partido, Azevêdo quer acelerar o atendimento de demandas oriundas do interior do Estado junto a secretarias e órgãos que compõem o organograma administrativo. O deputado está no seu primeiro mandato, depois de ter sido prefeito de São José de Piranhas por duas vezes. É um nome que, nas palavras de João, agrega apoios dentro da base governista, por ser o parlamentar afeito ao diálogo e ter sensibilidade para com as pautas de interesse geral.
Um outro gesto, marcadamente simbólico, que partiu do governador, foi a instalação oficial, ontem, em Campina Grande, da sede da vice-governadoria, dentro do processo de descentralização da administração estadual a que Azevêdo se propõe. O vice-governador Lucas Ribeiro (PP) já foi vice-prefeito de Campina Grande e é antenado com as principais causas de interesse do chamado Compartimento da Borborema. Embora mantendo atuação espacial por toda a Paraíba, Lucas é um interlocutor privilegiado dos pleitos da segunda maior cidade do Estado. Ele acena com um desempenho proativo que englobará cidades próximas no encaminhamento das reivindicações e na indicação de segmentos que podem vir a receber investimentos estratégicos do governo João Azevêdo. O segundo governo de João já está pleiteando junto ao governo federal a construção de um Hospital de Clínicas e Traumatologia no Sertão, mais precisamente em Patos, obra orçada em 107 milhões de reais, que tende a se materializar de acordo com as previsões oficiais.
Na recente mensagem aos parlamentares na reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa, o governador João Azevêdo aludiu, também, como prioritário, o plano de segurança hídrica que vem ampliando e modernizando a captação e a distribuição de água nas casas, no campo, na indústria e no comércio, garantindo qualidade de vida e novas oportunidades para os paraibanos. O governo estadual já investiu cerca de R$ 1,2 bilhão na estruturação dos sistemas adutores, totalizando 1.334 km, em 38 obras já concluídas ou em andamento. Também foram investidos R$ 100 milhões na construção e recuperação de barragens e na elaboração de planos de segurança, e outros quase 90 milhões de reais na ampliação de redes de esgotamento sanitário em 18 municípios, conforme os dados elencados pelo chefe do Executivo. Com o aporte de recursos do governo federal, assegurados pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os governadores do Nordeste partiram para o aproveitamento pleno das águas do rio São Francisco. Em paralelo são executadas ações complementares que reforçam o sistema hídrico e beneficiam as comunidades carentes.
Em declarações feitas, ontem, em Campina Grande, o governador joão Azevêdo deu por praticamente encerrada a fase de mudanças em secretarias e pastas da estrutura administrativa do Estado. Houve substituições, remanejamentos e até a convocação de novos nomes para somar-se à equipe que acompanhou o governador no primeiro mandato. As alterações ocorridas foram justificadas pela necessidade de ajustar a máquina pública paraibana ao modelo de gestão que passou a ser colocado em prática no país com o retorno ao Palácio do Planalto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Como se sabe, João Azevêdo teve que desmembrar secretarias para criar Pastas específicas que possam se habilitar, na rubrica federal, à obtenção de recursos e investimentos. Tal se deu, por exemplo, com relação à Pasta da Educação, que se tornou parceira da secretaria de Inovação e Tecnologia, áreas em que o governo federal pretende investir e que demandarão, por isso mesmo, um trabalho de articulação competente por parte dos Estados.
O governador João Azevêdo, em diferentes momentos que já assinalaram a implementação do segundo governo à frente dos destinos da Paraíba, aludiu ao “novo tempo”, bastante promissor ou auspicioso, que a Paraíba e, por extensão, Estados do Nordeste passam a experimentar com a volta ao poder do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não somente conhecedor da realidade da região mas extremamente sensível às carências que não foram resolvidas e, também, às oportunidades que estão se abrindo no perfil de desenvolvimento nordestino, com reflexos nas energias renováveis e em outros nichos de progresso que estão se expandindo de acordo com a nova mentalidade cultural predominante. Presidente do Consórcio Nordeste em plena gestão de Lula, o governador João Azevêdo propõe um desenvolvimento conjugado do Nordeste para que barreiras sejam finalmente eliminadas e haja um salto qualitativo que beneficie toda a população do Semiárido.