Nonato Guedes
O desfile contagiante da escola de samba Dragões da Real no carnaval de São Paulo, concluído na manhã de hoje e que exaltou as belezas e potencialidades de João Pessoa, a capital da Paraíba, teve muito do empenho do tarimbado carnavalesco Jorge Freitas na propagação do nosso Estado na mídia nacional e internacional. Formado no Rio de Janeiro, Jorge Freitas chegou em São Paulo em 2000 e desde então já abocanhou seis títulos do Grupo Especial, além de revolucionar a forma como as escolas desfilam, levar outros profissionais que viraram carnavalescos e inspirar outros artistas. Passou a ser considerado um reforço de peso para a agremiação tricolor dar o seu passo além para o troféu este ano.
Em declarações ao site “Carnavalesco”, Freitas pontuou: “Falar de título é claro que todos querem. Não vamos ser demagogos. Nós estamos indo pra lá pra disputar e ganhar mas a nossa preparação é no sentido de fazer um grande espetáculo, dentro d proposta de levar as pessoas a brincarem com a Dragões. Um carnaval descontraído, solto e alegre para que os componentes possam realmente se divertir, brincar e, acima de tudo, um comprometimento muito grande com a nossa comunidade e por parte de todos os integrantes da Dragões”.
O enredo “Paraíso Paraibano – João Pessoa, a Porta do sol das Américas” tem a marca de Freitas: muito luxo, capricho e perfeccionismo. Ele prometeu e entregou inovações na parte plástica e um contexto que levou o Anhembi à empolgação digna de uma das favoritas da temporada. “O módulo visual contemplou enredo, alegoria e fantasia. A parte plástica é totalmente diferente do que a escola vem mostrando mas também é uma ousadia pela questão do folião. A ideia foi a de levar as pessoas a poderem ver um Carnaval muito bem construído.
Freitas já teve experiência com um enredo semelhante. Em 1999, na carioca Unidos de Vila Isabel, assinou o enredo “João Pessoa, onde o sol brilha mais cedo”. Entretanto, segundo o carnavalesco, o contexto atual é totalmente diferente. Houve mudanças na capital paraibana e a abordagem teve que ter uma temática completamente diferente. “João Pessoa cresceu muito. Além de ser a terceira capital mais antiga do Brasil, ela passou por uma evolução muito grande. Muitos acham que é um enredo CEP, mas não. É o fato de você valorizar as cidade que tem o foco no que me interessa. O que me interessa em João Pessoa é que ela preserva as suas raízes mesmo com o contemporâneo. A questão cultural que a gente vê muito na Europa, onde constroem uma cidade preservando a história da cidade antiga e João Pessoa também faz muito isso. Acho que é por isso que o pessoense se tornou um ser humano muito enraizado, mas de uma cultura muito diversificada, porque é um povo cultural.