Com o tema Fraternidade Fome, a Campanha da Fraternidade deste ano quer chamar a atenção para a situação de mais de 33 milhões de pessoas que estão em situação de fome no país, de acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. A campanha foi lançada ontem pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e é inspirada no lema bíblico, extraído de Mateus 14,16: “Dai-lhes vós mesmos de comer”.
“A emergência sobre o assunto fez com que, pela terceira vez, a CNBB assumisse a realização e uma Campanha da Fraternidade que trouxesse luz ao tema, buscando fomentar ações, em todos os níveis, para minimizar os impactos desta realidade na vida do povo brasileiro”, disse a entidade. Lançada em 1964, a Campanha da Fraternidade é um modo de a Igreja celebrar o tempo da Quaresma, com oração, jejum e caridade, associados à reflexão e ação sobre um tema específico. No lançamento da campanha, o papa Francisco enviou um vídeo com uma mensagem ao Brasil, expressando o desejo de que a reflexão sobre o tema da fome entre os católicos brasileiros no tempo da Quaresma “seja uma atitude constante de todos que nos comprometem com Cristo, presente em todo aquele que passa fome”.
– É meu grande desejo que a reflexão sobre o tema da fome, proposta aos católicos brasileiros durante o tempo quaresmal que se aproxima, leve não somente a ações concretas, sem dúvida necessárias, que venham de modo emergencial em auxilio dos irmãos mais necessitados, mas também gere em todos a consciência de que a partilha dos dons que o Senhor nos concede em sua bondade não pode restringir-se a um momento, a uma campanha, a algumas ações pontuais, mas deve ser uma atitude constante de todos nós, que nos compromete com Cristo presente em todo aquele que passa fome”, disse Francisco.
No dia 2 de abril, quando será celebrado o Domingo de AMOS< A Igreja realizará a Coleta Nacional da Solidariedade. Do total arrecadado, as dioceses enviam 40% ao Fundo Nacional da Solidariedade gerido pela CNBB, ação responsável pelo atendimento a projetos sociais em todo o território brasileiro. A outra parte, 60%, permanece nas dioceses para atender projetos locais pelos respectivos Fundos Diocesanos de Solidariedade.