O ex-sindicalista Arimatéia França, presidente da ONG MovSocial, destacou a mobilização dos movimentos sociais, ambientalistas, pesquisadores e políticos que resultou na realização de uma audiência pública na próxima quarta-feira, na Assembleia Legislativa da Paraíba, a fim de debater propostas para impedir a implantação de projeto pela prefeitura municipal de João Pessoa prevendo o alargamento da faixa de areia da orla marítima da Capital.
Paralelamente, cidadãos comuns estão fazendo circular pelas redes sociais um abaixo-assinado que será enviado ao prefeito Cícero Lucena e ao seu vice, Léo Bezerra, contra o projeto apresentado na Câmara Municipal de João Pessoa no início do mês. Até ontem, aproximadamente 12 mil pessoas tinham assinado o documento online. Essas duas ações, conforme Arimatéia, são resultados da primeira reunião ocorrida no dia 14 com pessoas que não aceitam o projeto da atual administração municipal.
Diz ele: “É uma proposta que está em descompasso com o meio ambiente. Estamos acompanhando o que vem ocorrendo na praia de Camboriú, em Santa Catarina, que Cícero esteve no ano passado. Queremos discutir projetos necessários e importantes para todos os cidadãos paraibanos e para os que vêm nos visitar como turistas”. Na sua opinião, a administração deveria investir os R$ 200 milhões em projetos sociais como casas populares dignas, mais escolas em tempo integral, cursos de formação profissional para jovens que buscam emprego no mercado de trabalho competitivo e tecnológico. “O que todos queremos é uma cidade sustentável para todos, não somente para alguns setores”, sugere e questiona Arimatéia França.
Para o presidente do MovSocial está claro que a prefeitura precisa ouvir biólogos, pesquisadores da UFPB e UFPE sobre o que pode ocorrer nas correntes marítimas existentes no litoral paraibano. “Percebe-se que o prefeito age de acordo com impulsos de seus pares. É preciso buscar o diálogo, diante da ameaça de mexer em algo que existe há milhões de anos e que poderá resultar numa tragédia ambiental”. .